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Paquistão pode prejudicar a regulação de Bitcoin no Brasil

A regulação do mercado de criptomoedas no Brasil pode ser “mais dura” do que desejam os usuários e entusiastas de criptoativos brasileiros e um recente movimento do Paquistão pode ser um catalizador nas orientações dos reguladores nacionais.

Como mostrou o CriptoFácil, recentemente, a nação árabe anunciou uma série de normas que irão regular as criptomoedas no país. As medidas fazem parte de um amplo pacote que visa diminuir a lavagem de dinheiro e o financiamento ao terrorismo na nação e, de acordo com especialistas, o anúncio vem atender as determinações do Grupo de Ação Financeira (GAFIT/FAFT), que tem expressado regularmente preocupações sobre o papel das criptomoedas no financiamento ao terrorismo e, particularmente, no caso do Paquistão, o organismo emitiu um alerta na última reunião ocorrida em fevereiro deste ano.

O mesmo alerta foi feito ao Brasil, que inclusive foi quase expulso do grupo por conta de inconsistências identificadas pelo órgão. Na mesma reunião em que o GAFIT cobrou medidas mais duras pelo Paquistão, o Brasil também foi pressionado a fazer alterações em sua legislação para implementar regras mais duras sobre lavagem de dinheiro e financiamento ao terrorismo.

Entre elas, o GAFIT cobrou  “requisitos detalhados de implementação para regulamentação e supervisão / monitoramento efetivos de provedores de serviços de ativos virtuais” e explicou que recomendará um conjunto de regras para exchanges, a serem adotadas não apenas pelo Brasil, mas por todos os integrantes do G20. As regras deve ser apresentadas em junho durante as reuniões do grupo no Japão.

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“O GAFIT pediu às autoridades financeiras dos estados membros que regulem as exchanges de criptomoedas da mesma maneira que regulam os bancos comerciais”, afirmou a Comissão de Serviços Financeiros (FSA) da Coreia do Sul.

Ainda durante a reunião de fevereiro, o GAFIT salientou também que “os países devem aplicar as medidas pertinentes das recomendações da instituição aos ativos virtuais e prestadores de serviços de ativos virtuais”, enfatizando que os países membros devem exigir que esses provedores “identifiquem, avaliem e tomem medidas efetivas para mitigar seus problemas”. Além disso, esses provedores “devem ter licença ou registro”.

No entanto, o GAFI esclareceu que “um país não precisa impor um sistema separado de licenciamento ou registro em relação a pessoas físicas ou jurídicas já licenciadas ou registradas como instituições financeiras” que estão autorizadas a fornecerem serviços de criptoativos e já estão sujeitas a obrigações segundo suas recomendações.

No caso do Paquistão, a adoção das determinações do organismo será festejada com uma cerimônia envolvendo o Banco Central do Paquistão, demonstrando que a pressão do GAFIT em cima dos países que ele considera “críticos”, como é o caso do Brasil, deve aumentar nos próximos meses.

Leia também: Paquistão planeja nova regulação para criptoativos visando combater crimes

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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