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Os dois lados da moeda: o mercado de Bitcoin no Brasil e nos EUA

O mercado de criptomoedas completa 11 anos em 2019. Com um aumento nas atividades das criptomoedas em 2017, muitos brasileiros passaram a olhar com mais profundidade para este segmento. No entanto, apesar dos investimentos crescentes, a diferença em termos de liquidez e maturidade em comparação com outros mercados, como o norte-americano, ainda é muito grande. Mas, afinal de contas, o Bitcoin pode alcançar no Brasil o mesmo espaço que tem nos EUA?

Numa visão bastante otimista, a resposta tende a ser “sim”. Entretanto, para que nosso mercado local atinja o mesmo grau de liquidez do norte-americano, precisamos levar em conta alguns fatores bastante relevantes. O primeiro deles é o tempo. Apesar do Bitcoin ter surgido em 2008, resultado de uma criação de Satoshi Nakamoto, a criptomoeda ficou inicialmente restrita ao universo dos programadores e deslanchou apenas em 2013. Já no Brasil, a popularização da criptomoeda ocorreu apenas em 2017, quando a sua cotação atingiu uma valorização histórica de 1.375%. Como o Brasil teve uma adesão tardia a este mercado, é natural que sua maturidade leve mais tempo para acontecer por aqui.

Outro aspecto que pode ajudar o Brasil dar passos mais largos é o desenvolvimento de iniciativas idôneas a fim de garantir a segurança das transações com criptomoedas realizadas por exchanges. De acordo com um relatório recente da Chainalysis, o uso de Bitcoin em mercados ilegais pode bater recorde este ano, com gastos acima de US$1 bilhão. O uso de criptomoedas para fins ilícitos ainda é um grande impeditivo para a popularização desta modalidade de investimento não apenas no Brasil, mas no mundo inteiro. Neste sentido, torna-se ainda mais importante que o mercado desenvolva mecanismos refinados de segurança para evitar o uso indevido de criptoativos, com algumas ações atuais bastante inovadoras neste sentido.

Dada a pouca idade do mercado, ainda carecemos também de iniciativas de educação financeira que possam orientar pessoas interessadas sobre como começar a investir de forma responsável e segura. Segundo uma pesquisa realizada pela Kaspersky em 22 países, apenas 10% das pessoas compreendem como as criptomoedas funcionam. Como este é um assunto muito comentado na imprensa, a tendência é que com informação, as pessoas se interessem mais pelo tema e invistam mais em moedas digitais. Prova disso é que, de acordo com esse mesmo estudo, cerca de 14% dos entrevistados que não utilizam criptomoedas atualmente gostariam de usá-las no futuro.

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Um avanço importante que demos recentemente foi a criação da Instrução Normativa da Receita Federal, a qual institui que aqueles que operam com moedas digitais devem reportar ao governo todas as transações feitas no mês anterior. A regulação, primeira do tipo no Brasil, estipula que as exchanges informem à Receita as informações de todas as transações de seus clientes, e obriga pessoas físicas que investem neste mercado de forma independente a prestarem contas de suas transações mensais, desde que a somatória delas seja maior que R$30 mil mensais.

A iniciativa representa um marco na profissionalização do mercado e um importante passo no combate à obtenção de ganhos ilícitos a partir de pirâmides financeiras e outros meios fraudulentos. Com efeito, o mercado brasileiro tem sim condições de se consolidar e alcançar um nível de maturidade semelhante ao de outros países.

Com o tempo necessário para que isso aconteça, o fortalecimento de medidas de segurança e regulamentação, a tendência é que Brasil alcance maior espaço neste segmento, marcado pela alta volatilidade e risco, mas que tem trazido facilidades imensas enquanto forma de pagamento e canal para remessas internacionais, além de estar transformando a forma como lidamos com o dinheiro.

Este texto foi escrito por Daniel Coquieri, COO e cofundador da exchange brasileira de criptoativos BitcoinTrade.

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