O título do livro já começa com uma boa sacada: uma pergunta que instiga a atenção do leitor. Uma simples palavra poderia responder a pergunta que dá título a esse texto: “destruiu”. No entanto, você não veio aqui ler um texto de uma frase, certo?
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O economista americano Murray Rothbard respondeu a essa pergunta de forma bem mais completa. O resultado foi o livro “O Que o Governo Fez com o Nosso Dinheiro“, livreto escrito por Rothbard no qual ele fala exatamente sobre a atuação do estado no campo monetário.
O livro (cuja edição brasileira tem prefácio e posfácio de Fernando Ulrich) está mais para um pequeno tratado. Com pouco mais de 100 páginas, ele é dividido em três partes. Na primeira – “O Dinheiro em uma Sociedade Livre” – Rothbard traz um apanhado a respeito das origens do dinheiro. Aqui, ele desmistifica a noção, aceita por muitos economistas mainstream, de que o dinheiro é uma criação do estado, apontando como o dinheiro surgiu da necessidade do ser humano de encontrar um meio de troca que fosse universalmente aceito.
Nessa parte, Rothbard também discorre a respeito da cunhagem privada de moedas – e da sua eficiência perante a alternativa estatal – e também sobre moedas paralelas. Ao contrário de Friedrich von Hayek, que defendia a concorrência de várias moedas criadas pelo mercado, Rothbard foca no ouro e na prata e afirma que ambos podem coexistir em uma economia sem a necessidade de interferência governamental.
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Já na segunda parte do livro – “A Interferência do Governo na Moeda” – Rothbard, como o próprio nome diz, critica a interferência do estado no arranjo voluntário da produção do dinheiro. Temas como inflação, adulteração de moedas metálicas via cunhagem, moedas fiduciárias, bancos centrais e o fim do padrão-ouro, ocorrido em 1971, são discutidos com o característico estilo ácido de Rothbard. Tais medidas, afirma o autor, selarão o “Colapso Econômico do Ocidente”, título da parte final do livro.
Na terceira e última parte, Rothbard discorre sobre as crises financeiras ocorridas no século XX e correlaciona a manipulação – e consequente destruição – da qualidade do dinheiro a ocorrência dessas crises.
Uma das frases de Rothbard nessa parte serve como uma luva para o sistema financeiro atual, marcado por invenções heterodoxas como juros negativos, políticas de “estímulo” via impressão de dinheiro e socorro de grandes empresas e bancos.