O Cripto sonho e os pesadelos paralelos

Meu primeiro contato com o Bitcoin foi há muito tempo, ninguém quase falava sobre ele em português. Fiquei sabendo através de sites sobre tecnologia open source. Isso deve deixar claro o motivo pelo qual meu apego ao Bitcoin sempre foi pelas implicações tecnológicas que ele traz e não só pelo valor da cotação.

Na época, eu era envolvido com o movimento do Partido Pirata e ciberativismo. Os ataques de DDOS (distributed denial-of-service) a sites do governo eram algo que eu comemorava e incentivava. Acredito que os governos sempre querem criar novas maneiras de controlar e reprimir o uso da tecnologia. A liberdade que as tecnologias nos proporcionam incomoda aos governos, abre portas para críticas e para a desobediência civil.

Uma das formas que todo governo sempre teve de legitimar seu controle sobre os governados diz respeito à emissão e controle do dinheiro, controle do fluxo monetário, transações, quem compra o quê de quem, quando, onde, em que quantias e sob quais condições. O Bitcoin é um passo na contramão dessa intromissão estatal.

Não me entenda mal, não estou pregando a anarquia pura e simples, a existência de um governo não é intrinsecamente maléfica, o problema é quando as estruturas legislativas e governamentais removem o poder do cidadão de colocar em cheque governos que não trabalham em prol dos interesses dos que os elegeram. Uma das maiores armas de um cidadão contra um governo corrupto é a desobediência civil, a sabotagem consciente, um conceito que Henry David Thoreau introduziu na prática e em livro em 1849 após se recusar a pagar impostos aos EUA, um país que promovia a escravidão e a guerra com o México, dois valores com os quais ele discordava.

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A existência de uma forma de dinheiro não controlada por burocratas, que emitam ou retenham livremente de acordo com suas convicções e interesses, é perigosa para o status quo. É um desafio frontal à máquina estatal e ao seu controle da vida diária. O Bitcoin sozinho consegue isso? Não. Hoje com o valor elevado e as taxas de transferência e a demora das transações o papel dele está em transações de grande monta e isso o torna pouco prático como moeda alternativa ao dinheiro estatal. O conceito dele é que o torna poderoso, o que ele representa e as crias que ele gerou, desde o motivo de risada que é o Dogecoin com toda a zoeira que está envolvida (afinal, que outro grupo de pessoas não associadas a uma grande empresa ou organização conseguiu colocar um patrocínio num carro da Nascar?) ou a implementação elegante de smart contracts do Ethereum, ou até mesmo o conceito do Tangle da IOTA, todas essas inovações são fruto do White Paper original do Bitcoin.

Nem tudo são rosas. O mundo desse “cripto sonho” não é inteiramente desprovido de vilões, pesadelos e maçãs podres. O estigma do uso criminoso de criptomoedas, dos golpes, quedas de exchanges, a criminalização da mineração e trading em alguns países, tudo isso gera um burburinho negativo em torno do conceito de uma cripto economia. Como bem sabemos, notícia ruim vende e é por esse motivo que, além da cotação do bitcoin (que é impossível de ignorar, afinal qual ativo financeiro teve uma ascensão tão meteórica?), o maior ponto de enfoque da mídia tradicional sobre o Bitcoin e todos os seus derivados tem sido justamente esse: de que o bitcoin é um mundo obscuro onde pessoas que têm algo a esconder transitam fortunas conseguidas por meios ilícitos.

Isso é perigoso para esse futuro que estamos fazendo parte, não porque vá parar a inovação, porque esse trem já está numa velocidade que não tem mais como parar, mas no sentido de que torna a resistência maior. O gasto de energia mental para lidar com esses holofotes e olhares temerosos é prejudicial porque gera uma tensão que diminui a produtividade e o impacto positivo de cada nova invenção. Como podemos contribuir para um cenário mais positivo?

Minha proposta é que a gente se empenhe mais em sonhar futuros mais otimistas e divulgar as possibilidades. Muitas vidas foram mudadas para melhor com o que foi feito por todos os desenvolvedores, usuários e defensores dessa cripto economia e seus derivados. Vamos multiplicar o alcance disso sendo mais abertos sobre o quanto isso tem feito e ainda fará o mundo ser um pouco melhor amanhã do que é hoje.

Precisamos alimentar iniciativas que construam pontes entre a nossa comunidade e o cidadão comum, ser mais acessíveis, fomentar sonhos, produzir combustível para o pensamento, plantar a semente do questionamento esperançoso de que existe o potencial para uma vida diferente da que nos foi imposta.

O futuro que isso promete é incrível, mas pode ser ainda melhor com a participação de uma comunidade que se esforce em ser mais ativa em tornar a sociedade como um todo um pouco melhor.

Não é a cotação de hoje da sua criptomoeda favorita que necessariamente vai mudar a sua realidade, existe muito mais em jogo.

Essa é uma batalha de ideais entre o mundo como está e o mundo que queremos construir. Eu não me contento com um mundo onde burocratas com motivos escusos definem o destino das pessoas, onde fazer caridade envolve o governo meter a mão, onde um funcionário custa praticamente o dobro do que ele efetivamente recebe porque para cada salário mínimo pago outro é arrecadado em impostos.

Eu acredito em uma comunidade de pessoas com o coração no lugar certo, empreendedores que tenham consciência do seu papel em relação ao seu semelhante, pessoas que além de novos negócios fizeram novos amigos nesse meio, pessoas que como eu sabem que isso é só o começo.


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