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Novo programa de expansão monetária do Fed beneficiará Bitcoin, afirmam especialistas

Um novo – e enorme – programa de afrouxamento quantitativo (QE) foi anunciado pelo banco central dos Estados Unidos (Fed) nesta semana. O programa deve injetar US$700 bilhões na economia, com o objetivo de prover mais liquidez ao mercado e mitigar os impactos da pandemia de coronavírus.

De acordo com especialistas, a medida deve beneficiar o Bitcoin tanto em termos de sua reputação como uma proteção contra mudanças centralizadas no sistema financeiro, quanto diretamente em seu preço, conforme os preços dos ativos aumentam gradualmente.

Embora o QE possa ser um anátema para os criptomoedas, alguns especialistas concordam que o efeito líquido sobre os preços é positivo, de uma maneira ou de outra.

De acordo com a economista e autora Frances Coppola, o QE foi um dos fatores que ajudou a aumentar o preço do Bitcoin na última década. “O que o QE faz é aumentar os preços dos ativos em geral, e isso incluiria ativos alternativos, como o Bitcoin”, explicou.

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A ideia de que o Bitcoin está de alguma forma não correlacionado com o mainstream financeiro agora está sendo questionada, acrescentou Coppola. O temor com os impactos do coronavírus fez o preço do Bitcoin cair quase 50% em um único dia, a maior queda diária de sua história.

Impactos do QE no mercado

Os bancos centrais realizaram três rodadas de QE entre 2009 e 2015, logo após a crise financeira de 2008. Nesse período, o índice S&P 500 subiu mais de 200%. O ouro, um ativo clássico de proteção, subiu de US$800 para US$1.921 nos três anos que antecederam 2011, caindo para US$1.050 apenas em dezembro de 2015.

Desde o último colapso financeiro em 2008, o QE ajudou a riqueza privada global a crescer em dois terços US $ 166 trilhões, de acordo com o Boston Consulting Group. No entanto, a noção de uma impressão de dinheiro em tal volume levaria à uma hiperinflação nas economias desenvolvidas – uma ideia popular entre alguns defensores do Bitcoin – se mostrou falsa, disse Coppola.

“Não há absolutamente nenhuma evidência de que o QE cause hiperinflação. A maneira como o QE funciona é empurrar os investidores para ativos de maior rendimento – e o Bitcoin, apesar de inacreditavelmente volátil, é um ativo de maior rendimento. Então, o que você realmente recebe são bolhas de ativos, incluindo Bitcoin”, disse ela.

De fato, a maior parte do dinheiro emitido nos programas de QE, combinado com a redução nas taxas de juros, partiu para ativos financeiros ao invés de ser injetado diretamente na economia. Isso manteve os preços ao consumidor relativamente estáveis ou, em alguns casos, em queda (deflação). Mas causou uma grande inflação no preço dos ativos, especialmente em ações.

Bitcoin pode se beneficiar de novo QE

No atual estado de crise, a bazuca de medidas do Federal Reserve não conseguiu estabilizar os mercados desesperados por liquidez. Para neutralizar a pandemia de coronavírus em andamento, o Federal Reserve anunciou um programa de compra de títulos de US$700 bilhões, junto com um corte de um ponto percentual nos juros, levando-os para a banda entre 0% e 0,25%. Na prática, um QE 4.

Simon Peters, analista de mercado da eToro, concordou que quando o aumento dos casos de COVID-19 fora da China começar, os investidores estarão olhando para ativos como Bitcoin. “A opinião dos investidores pode mudar para: ‘agora eu tenho todo esse dinheiro e, com o aumento da oferta monetária, o que faço e onde coloco?'”, Disse Peters, acrescentando:

“Manter dinheiro em caixa não é benéfico nessas circunstâncias, porque a moeda foi desvalorizada e você está perdendo poder de compra; então, onde você o coloca? É aí que o Bitcoin e outros criptoativos poderão se beneficiar.”

Leia também: Criptoativos voltam a apresentar quedas; Bitcoin consegue se manter acima dos US$ 5.000

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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