NFT CryptoPunk desafia baixa do mercado e é vendido por milhões; especialistas explicam

O mercado de criptomoedas vive um período de baixa desde o final do ano passado e esse “bear market” se estendeu também para o setor de tokens não fungíveis (NFTs).

De acordo com dados do The Block, entre os meses de janeiro e junho de 2022, as negociações de NFTs caíram cerca de 94%, de cerca de US$ 16,6 bilhões para apenas US$ 1 bilhão.

Contudo, em meio a esse esfriamento do mercado, algo que merece destaque aconteceu. Na noite de terça-feira (12), um NFT da popular coleção CryptoPunk foi vendido por 2.500 Ether (ETH), o que equivale a um preço de pouco mais de US$ 2,6 milhões. Ou seja, mais de R$ 14 milhões na cotação atual em reais.

O NFT em questão foi o CryptoPunk 4464, um token raro da coleção. Este item é um dos 24 NFTs com tema de macaco em toda a coleção de 10.000 tokens. Ele possui um vape, máscara para os olhos e um durag.

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“Punk 4464 comprado por 2.500 ETH (US$ 2.615.224,91) por 0x561786 de 0x33eaae.”

Venda do NFT CryptoPunk 4464

De acordo com dados do CryptoSlam, a venda do colecionável digital pelo valor milionário foi a maior venda de NFT dos últimos 30 dias em todo o mercado, destoando do contexto atual de baixa.

Essa venda superou a de dois NFTs da coleção Bored Ape Yacht Club que foram vendidos por US$ 1,2 milhão e US$ 1 milhão, respectivamente.

Em um nível macro, considerando o preço em Ether (ETH), a venda desse CryptoPunk 4464 torna-se a quarta venda mais valiosa da coleção de todos os tempos, empatada com dois outros NFTs de macacos da CryptoPunks.

Enquanto isso, considerando o preço em dólar dos EUA, trata-se a 15ª venda mais valiosa do CryptoPunk até o momento.

Essa venda milionária mostra que, embora o sentimento de baixa ronde o mercado de NFT, grandes coleções ainda atraem a atenção.

Por que comprar um NFT por milhões?

Para Kei, do Cripto Ninja, as pessoas compram NFTs por milhões de dólares por algumas razões. Entre elas, ele destacou o sentimento de pertencimento a uma comunidade:

“Hoje a comunidade dos CryptoPunks é composta pelos maiores OGs do mercado de NFTs. O networking que você consegue criar dentro dessas comunidades é insano. Além disso, muitos compram esses ativos para ter uma parte da história das NFTs na sua wallet”, destacou Kei.

Ainda segundo ele, os punks foram os primeiros a construírem uma narrativa de sucesso dentre as coleções. Por isso, os preços continuam altos.

Lançada em 2017 pela Larva Labs, a coleção CryptoPunks é um dos projetos de NFT mais valiosos e bem-sucedidos do mercado. Até agora, a coleção já rendeu mais de US$ 2,3 bilhões em volume de negociação secundária.

Especialistas comentam queda dos NFTs

Já com relação à queda dos NFTs, Caio Vicentino, embaixador do MakerDAO no Brasil, destacou que o que caiu, na verdade, foram as movimentações e não os preços dos NFTs:

“Do ponto de vista de liquidez, o mercado caiu, mas o valor das grandes coleções de NFTs segue de acordo com o que o mercado havia precificado no passado. Então, tivemos essa grande venda de US$ 2,6 milhões, mas houve outras vendas de NFTs desse estilo de Punks, os ‘apes’, nesse mesmo patamar”, destacou Vicentino.

Quem concorda com Vicentino é Kei, do Cripto Ninja. Ele ressaltou que a queda das movimentações de NFTs é um reflexo do contexto global:

“O contexto global dita as regras de negociações do mercado de renda variável. Os NFTs, por serem ativos ilíquidos, possuem mais dificuldade e menor liquidez comparada a outros ativos. Por isso, o volume de negociações caiu.”

Contudo, Kei ponderou que, ao analisar o número total de usuários de NFTs, é possível notar que ele só cresce, já são mais de 1,9 milhão de usuários. Mas, ele ponderou que nem todas as coleções valem a pena:

“Os NFTs são algo novo. Eles não são apenas uma foto de perfil. Existem métricas para avaliarmos de modo fundamentalista as coleções que estão surgindo. Porém, ao mesmo tempo, precisamos tomar cuidado porque 99% das coleções irão morrer. Assim, cabe ao investidor detectar o 1% que tem chance de se consolidar e virar uma marca de sucesso.”

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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