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Na Estônia é possível abrir uma empresa em apenas três horas

Segundo levantamento feito pela Endeavor, organização de apoio ao empreendedorismo, 117 dias é o tempo médio que leva o processo de abertura de empresa no Brasil, isso sem contar o tempo necessário para abrir uma conta bancária de pessoa jurídica, que, no caso do Banco do Brasil, pode demorar até 30 dias entre a entrega dos documentos e a liberação para receber depósitos, pois, mesmo depois da conta aberta, o banco ainda tem um prazo de liberação para início das transações.

Na Estônia todo este processo demora em média três horas.

Para superar seus desafios enquanto nação e promover benefícios para sua população, as autoridades da Estônia entenderam que o primordial era tornar o país báltico em um grande hub de inovação. Hoje, graças à esta política, a nação possui mais de 350 startups – uma para cada 3.700 cidadãos – e o governo espera que o número de novas empresas atinja 1 mil até 2020.

Isto só é possível por conta de um conjunto de ações pró-tecnologia e não apenas leis de incentivo, ou ações isoladas como muitas vezes ocorre no Brasil e em outros países. Na Estônia, abrir uma empresa é até mais simples do que preencher formulários de KYC em exchanges de Bitcoin internacionais. Precisa assinar documentos? Faça online. Precisa registrar seu negócio? Basta preencher um formulário online. E agora, o mais recente desenvolvimento favorável ao empreendedor é que você pode abrir uma conta bancária sem ir fisicamente ao banco ou mesmo estar na Estônia.

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A Estônia pode ser pequena, mas em comparação com a população, a comunidade de startups é grande em todos os sentidos. E se você acha que uma multiplicidade de empresas pode significar “muitos concorrentes” e um trabalho mais árduo para fazer valer seu negócio, pelo contrário, uma multiplicidade de startups tem significado aqui uma comunidade mais unida em que diferentes atores, onde os mais antigos buscam auxiliar os mais novatos para o desenvolvimento de sua aplicação.

Aqui, as startups mais bem-sucedidas são conhecidas por retribuir à comunidade apoiando startups menores e criando diferentes eventos e hubs de inicialização. O exemplo mais notável disso é o Garage48 Foundation, uma iniciativa do “#estonianmafia”, que auxilia inúmeras startups iniciantes por meio da experiência de empresas com mais tempo de mercado

“Uma das melhores coisas da Estônia para um empreendedor é a cadeia de decisão de curto prazo. Dois anos atrás, escrevi um post no blog sobre o motivo pelo qual os fundadores não querem estabelecer empresas na Estônia e, dentro de 12 meses, houve um pacote de mudanças legais aprovadas no parlamento que tratava exatamente dessas questões. Neste exemplo, você pode ver a agilidade única do governo que dificilmente vemos em outro lugar do mundo”, disse o fundador do Teleport, Sten Tamkivi.

Todo este desenvolvimento tem proporcionado mais qualidade de vida para quem reside na Estônia e hoje, além do custo de vida mais baixo na capital Tallinn, a nação está acima da média em termos de educação e preservação do meio ambiente. A nação possui hoje o melhor sistema educacional da Europa e um dos mais bem avaliados do mundo e quase todas as crianças e jovens do país, dos 2 aos 19 anos, estudam nas impecáveis escolas públicas.

Uma das características que mais impressionam é o fato dos alunos pobres terem desempenho tão bom quanto os ricos em exames internacionais. Apesar de igualitárias, as escolas não são iguais. Diretores e professores têm tanta autonomia que podem decidir o método de ensino, se farão provas ou não e até os móveis da sua sala de aula.

O desenvolvimento tecnológico da Estônia permitiu também mais benefícios aos cidadãos, como Wi-Fi público quase universal, inclusive, o acesso à internet é declarado um direito fundamental. Isso sem contar o transporte público que é gratuito para todos os residentes.

Todo este clima pró-startups já permitiu a fundação alguns unicórnios, que são startups que com suas ideias, impactaram socialmente o mundo. Aqui, os casos de sucesso mais notáveis vem dos gigantes Skype, Transferwise, Playtech e Taxify, mas a lista de startups é muito maior e tende a ampliar ainda mais já que a nação lançou recentemente um plano que facilita a vinda de estrangeiros para atuar no setor por meio do Visa Startup, um visto que destina-se aos cidadãos não pertencentes à União Europeia e que permite que eles trabalhem para startups da Estônia, deslocam as suas startups existentes ou estabelecem novas na Estônia em condições preferenciais.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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