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Mineradora Core Scientific entra com pedido de recuperação judicial

A Core Scientific, maior mineradora de Bitcoin (BTC) listada em bolsa, entrou com pedido de recuperação judicial. De acordo com a CNBC, a empresa aderiu ao famoso Capítulo 11, assim como fizeram a FTX e a BlockFi.

No entanto, a empresa continuará com as suas atividades de mineração enquanto o processo de recuperação segue em paralelo. Portanto, a medida não deve afetar o poder de processamento (hash rate) da rede do BTC.

As empresas de mineração estão passando por turbulências e uma crise persistente de confiança. Os mineradores não possuem exposição direta à FTX, mas a queda no preço do BTC prejudicou suas operações. Muitos deles encerraram suas operações ou declararam falência por não conseguir arcar com os custos da atividade.

Core enfrenta turbulência

Na terça-feira (20), as ações da Core Scientific (CORZ) até fecharam em alta de 3,07%, levando o valor de mercado da empresa para US$ 78 milhões. Mas a notícia da recuperação judicial já afeta os papéis, que registram queda de 26% na pré-abertura do mercado nesta quarta-feira (21). 

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A título de comparação, a empresa alcançou um valor de mercado de US$ 4,3 bilhões em julho, quando abriu seu capital. Portanto, uma queda superior a 92%.

Ações da CORZ desabaram ao longo de 2022. Fonte: TradingView.

No ano passado, as ações da empresa perderam mais de 98% de valor. A empresa gera fluxo de caixa positivo e tem lucro, mas seu caixa não é suficiente para pagar a dívida de financiamento dos equipamentos. Como a Core Scientific aluga suas mineradoras, a dívida seguia em alta ao passo que o BTC perdia valor.

Embora tenha entrado com a recuperação, a empresa não planeja declarar falência. Por isso continuará a operar normalmente e espera um acordo com detentores de títulos seniores, que possuem a maior parte da dívida.

Tentativas de evitar a falência

Recentemente, a Core Scientific recebeu uma oferta de US$ 72 milhões para evitar a falência. O banco que ofereceu o dinheiro propôs um novo plano de financiamento que envolvia fornecer fundos de pagamentos não monetários em condições favoráveis com mais de dois anos.

Em um comunicado, B Riley disse que a grande maioria dos problemas que assolam a mineradora foram auto-impostos e acrescentou que isso pode ser corrigido em conjunto com “uma discussão aberta e transparente e participação contínua com seus credores e acionistas”.

No entanto, a oferta aparentemente não impediu que a empresa precisasse reestruturar completamente suas operações. Nesse sentido, a recuperação judicial é a decisão que boa parte das companhias escolhe para evitar uma falência e tentar se salvar.

Além da Core Scientific, outra empresa de destaque no espaço – Computer North – que hospedava infraestrutura para mineração de criptomoedas entrou com pedido de recuperação judicial em setembro.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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