A Core Scientific, mineradora de Bitcoin que entrou em recuperação judicial no mês passado, pode receber uma importante ajuda. De acordo com um comunicado, um homem conhecido como B. Riley ofereceu um empréstimo de US$ 72 milhões para a mineradora.
Riley é um dos maiores credores da dívida da Core Scientific, ou seja, a mineradora deve uma grande soma a ele. Mas o credor optou por tentar salvar a empresa ao invés de permitir uma falência potencialmente desnecessária e destrutiva.
A dívida da mineradora com Riley chega a US$ 42 milhões, sem contar a nova oferta. Riley já informou que planeja exigir termos favoráveis e oferecer um prazo mínimo de 24 meses para a empresa quitar a dívida.
Proposta
Embora a proposta soe altruísta, B. Riley não tem intenção de reduzir os valores devidos aos credores de equipamentos da Core Scientific. Na verdade, um banco de investimento está preparado para financiar os primeiros US$ 42 milhões imediatamente, sem contingências.
Entre as condições oferecidas está a suspensão dos pagamentos durante a fase de baixa no preço do Bitcoin (BTC). Dessa forma, a Core Scientific pagaria os empréstimo apenas quando o preço do BTC superar os US$ 18.500.
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Após a recuperação do preço, a proposta fornecerá fluxo de caixa livre para a Core, que distribuirá os retornos aos credores na forma de juros e pagamentos parciais do principal. Esse modelo deve seguir até que a empresa consiga quitar toda a dívida.
Conforme explicou Riley, a medida não visa fazer caridade, mas sim dar à Core condições de recuperar suas atividades. Na visão do credor, o momento difícil da empresa é resultado da queda no preço do BTC, e não da perda de qualidade da companhia.
“Falência não é a resposta e seria um desserviço aos investidores da empresa. Isso destruirá valor para os acionistas da empresa, reduzirá possíveis recuperações para os credores da empresa, esgotará seus recursos limitados e criará uma enorme incerteza para todas as partes interessadas”, disse.
Problemas para a Core Scientific
A Core Scientific é a maior mineradora de BTC, mas tem sofrido com a queda de mais de 70% no preço da criptomoeda em 2022. Os preços do BTC em queda, bem como custos de energia mais altos, prejudicaram a lucratividade da companhia.
Sem dinheiro, a empresa suspendeu todos os pagamentos de principal e juros no início deste ano. Como resultado, suas ações ordinárias caíram 86% e hoje vale apenas US$ 0,15 – a empresa tem US$ 50 milhões em valor de mercado.
A mineradora perdeu US$ 435 milhões no terceiro trimestre e US$ 862 milhões no segundo trimestre, elevando seu prejuízo líquido para impressionantes US$ 1,7 bilhão.
No mês passado, outra mineradora de Bitcoin, Argo Blockchain, não conseguiu levantar US$ 27 milhões de um investidor estratégico, fazendo com que suas ações despencassem. A operadora de data center de mineração Compute North, entrou com pedido de falência, com dívidas de US$ 500 milhões a pelo menos 200 credores.
Em suma, a pressão nos preços do BTC segue afetando a rentabilidade dos investidores e mineradores, causando perdas severas nas cotações das ações.