O mercado financeiro no Brasil, assim como ao redor do mundo, vem passando por diferentes mudanças com as constantes renovações em termos de tecnologia. Além do crescimento do investimento em criptomoedas, que estão cada vez mais estáveis, também presenciamos o sucesso das fintechs no setor bancário. Neste ano, algumas notícias apontam que a próxima tendência do mercado serão as e-Wallets, carteiras digitais cujo uso vem aumentando, principalmente pela segurança e pela facilidade que fornecem para realizar compras online. Ou seja, um mercado com potencial para expandir ainda mais o uso das criptomoedas.
Apesar de o nome “e-Wallet” parecer uma grande novidade, essa tecnologia já está no nosso cotidiano há algum tempo. Para se ter uma ideia, em 2019, cerca 16% dos gastos globais foram realizados por meio de carteiras digitais. A perspectiva, levando em conta os próximos dois anos, é que essa porcentagem chegue aos 28% e continue a crescer, atingindo cifras bilionárias.
Os smartphones são um dos motivos para que o mercado de carteiras digitais continue a crescer constantemente. Basta ver o sucesso da carteira digital Google Pay, que funciona em mais de 70 países e, desde o início deste ano, permite que o usuário tenha o cartão de criptomoedas da Coinbase associado à conta virtual. Além deste serviço da Google, outras gigantes do mercado de smartphones, como a Samsung Pay e a Apple Pay, também possuem a própria carteira digital. Todas funcionam da mesma maneira, com praticidade e segurança.
Entretanto, se formos falar de carteiras digitais, é impossível não citar o sucesso da plataforma PayPal. A empresa foi criada em 1998 e é uma das referências no mercado, tendo conquistado mais de 250 milhões de clientes nestes 22 anos de existência. A plataforma foi uma das pioneiras na criação de uma carteira digital, pensando principalmente na segurança e também na facilidade de se realizar compras online. Desde 2002, o eBay, multinacional do setor de e-commerce, é dono da PayPal – depois de comprar a empresa por cerca de US$ 1,5 bilhão e investir cada vez mais na tecnologia –, então faz sentido que a plataforma tenha sido uma das primeiras a serem lançadas nesse contexto.
O sucesso das carteiras digitais é também uma vitória para as criptomoedas. Nos últimos anos, a maioria das e-Wallets permitiram o pagamento por meio de moedas virtuais. É esse o caso da Neteller, carteira digital com mais de 21 anos de mercado que autorizou o uso de criptomoedas em 2018. A empresa permite pagamentos e também câmbio de moedas. Ou seja, não é mais necessário que qualquer loja aceite criptomoedas, pois a carteira digital é quem faz o papel de intermediário entre a loja e o usuário, sendo apenas necessário que a plataforma aceite.
Não foi só a Neteller que aderiu às criptomoedas. A Skrill, antigamente conhecida como Moneybookers, seguiu o mesmo caminho. Criada em 2001, a e-Wallet britânica permite ao usuário, além da realização de pagamentos e transferências online, a venda criptomoedas. Assim, as e-Wallets devem ficar cada vez mais populares, principalmente se olharmos para o ramo de entretenimento digital, em que elas são cada vez mais aceitas como opção de pagamento. Uma de suas formas de uso é a realização de assinaturas de serviços de streaming, como o Deezer e a HBO Go. O mesmo acontece com algumas plataformas de jogos online, como o site de roleta Betway Cassino, que já aceitam pagamentos via PayPal ou Neteller no exterior. Neste caso, o Brasil ainda não está incluído na lista de países que podem utilizar este método de pagamento, mas com o crescente uso das e-Wallets por aqui há grande potencial de que essa possibilidade de pagamento em plataformas do tipo se expanda brevemente no país. Outro setor além do ramo do entretenimento que também pode crescer com o uso de carteiras digitais é o de investimento, pois fintechs como a britânica Revolut costumam trabalhar com carteiras digitais no mercado de ações e de moedas.
As criptomoedas também podem ter mais acesso ao setor de e-commerce, visto que o aumento do uso de carteiras digitais no Brasil é visto como uma resposta ao crescimento desse ramo. Os números dos comércios virtuais atingem os bilhões e possuem uma perspectiva de crescimento bastante otimista. No início do ano, por exemplo, as projeções colocavam um crescimento de 18% em comparação com 2019 e uma movimentação de R$ 106 bilhões no mercado nacional. Com isso, usuários de carteiras digitais e que tenham criptomoedas podem realizar pagamentos em diferentes lojas online, o que passa ser uma forma de pagamento tão simples como cartão de crédito ou débito.
Outro ponto importante e que não pode ser deixado de lado é a segurança do usuário. As carteiras digitais investem alto nesse quesito e, por isso, são consideradas uma excelente alternativa no momento de realizar transações financeiras. Nós já mostramos como as criptomoedas trazem maior segurança para os clientes e lojistas, e essa mesma ideia pode ser aplicada na funcionalidade das carteiras digitais.
As novas tecnologias estão revolucionando nossa forma de lidar com dinheiro, principalmente quando o assunto é segurança. O papel está perdendo espaço nas nossas vidas, e o virtual não para de crescer e mostrar potencial. O próximo passo, pelo menos no Brasil, é alimentar o crescimento das e-Wallets. Os benefícios são diversos, como comentamos, e o mundo está seguindo este caminho. Seja para comprar criptomoedas ou então apenas para efetuar assinaturas de serviços online, as carteiras digitais parecem ser a nova tendência no mercado financeiro.
Leia também: Visa investe em pagamentos com Bitcoin por meio de startup
Leia também: Lucros de DeFi entram em queda mesmo com valorização de tokens
Leia também: Conheça cinco bancos digitais que fornecem contas em Bitcoin no Brasil
This website uses cookies.