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Mais da metade da rede Bitcoin já usa energia limpa, diz analista

As mudanças climáticas estão causando uma alteração de comportamento por parte de empresas e autoridades, que buscam cada vez mais mitigar as emissões de carbono na atmosfera. Diante das crescentes preocupações com o aquecimento global, o processo de mineração do Bitcoin (BTC), que demanda uma grande quantidade de energia, virou um alvo de reguladores, ambientalistas e empresas.

A Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, já publicou diversos artigos apontando para os riscos climáticos da mineração do BTC. Em um deles, a ONU diz que a quantidade de energia necessária para alimentar a rede Bitcoin é “impressionante”.

“Este processo requer tanta energia, que se estima que a rede Bitcoin consuma mais energia do que vários países, incluindo o Cazaquistão e a Holanda. E, como as usinas de energia movidas a combustíveis fósseis ainda representam uma parte importante do mix global de energia, pode-se dizer que a mineração de BTC é, em partes, responsável pela produção dos gases de efeito estufa que causam as mudanças climáticas”, disse a ONU.

De forma parecida, a Casa Branca emitiu uma nota apontando para o impacto ambiental do BTC. De acordo com o artigo, “dependendo da intensidade energética da tecnologia e das fontes de eletricidade usadas, o rápido crescimento dos criptoativos pode prejudicar os esforços mais amplos para cumprir os compromissos climáticos dos EUA para alcançar a poluição líquida zero de carbono”.

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A mineração de BTC e suas emissões de carbono

Contudo, o cenário pode não ser tão ruim como muitos apontam. De acordo com o vice-presidente da ClimateTech, Daniel Batten, 29 empresas de mineração de BTC usam de 90 a 100% de energia limpa. Conforme explicou o analista, essas empresas constituem 16,48% de toda a rede do BTC. E isso, segundo ele, quer dizer que a rede usa 52,2% de energia limpa no geral.

Além disso, Batten pontuou que outras 12 empresas já usam fontes negativas de emissão. Ser uma fonte de carbono negativo quer dizer que a fonte vai além da neutralidade de carbono. Ou seja, a fonte remove mais carbono da atmosfera do que emite, compensando além da quantidade total emitida.

De acordo com Batten, as fontes negativas em carbono representam, hoje, cerca de 2% da rede Bitcoin. O analista destaca que, embora o percentual seja pequeno, ele “fornece um exemplo inspirador para outros seguirem, mostrando o que é possível”.

Em sua análise, ele disse que usou dados de várias divulgações públicas de hash rate. Além disso, usou uma combinação de tipo de máquina por BTC extraído para validação cruzada. Também usou um proxy de estimativa quando o hash rate não estava disponível. Por fim, informou que fez contato direto com as mineradoras para obter os dados.

Fonte: Daniel Batten / Twitter

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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