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Líder de suposta pirâmide financeira King Investimentos diz que não resolverá casos de seus investidores

Uma sede da King Investimentos no Rio Grande do Sul teria sido invadida neste final de semana, nos dias 11 e 12 de maio, supostamente por pessoas que se sentiam lesadas pela empresa. Segundo informações que estão circulando nas redes sociais, atendentes que estavam no local no momento da invasão foram agredidos, além do local ter sido danificado e ter itens como notebooks, computadores e televisores roubados pelos invasores. Não foi possível identificar se um Boletim de Ocorrência do caso foi feito e nem o valor total dos danos ao escritório

Em uma série de áudios que estão circulando no WhatsApp, Mateus Ceccatto, um dos supostos líderes da King Investimentos, mostra-se extremamente irritado com o incidente, diz não saber quem são os autores da invasão e, exaltado, alega que “acabou”, em referência às supostas tentativas de ressarcir as pessoas que aplicaram na King, e que não irá mais se preocupar em procurar uma solução rápida para resolver os problemas e devolver o dinheiro dos investidores.

“Não vou [sobre arrumar solução para os investidores], vocês vão receber do jeito que for receber e acabou (…) to nem aí, pode chamar a polícia, o ministério público, pode chamar o demônio, eu não vou (… ) e acabou …. não vou mais me preocupar, vou cuidar da minha família (…) Vão se f* todo mundo, eu não vou mais me preocupar com isso”, disse.

Os áudios foram enviados à reportagem do CriptoFácil por um ex-investidor da King que preferiu não se identificar e levantou suspeitas de que a invasão poderia ter sido orquestrada pelos próprios operadores da empresa. Até o momento, não há investigação sobre o caso da invasão, no entanto, em mais um áudio que nossa reportagem recebeu, Ceccatto, que usava o Youtube para promover rentabilidades de até 500% na King, ameaça pessoas e diz que “todo mundo vai pagar por isso”, que está com “ódio” e que “não tem nada a ver” com pessoas que pegaram empréstimos para investir na empresa e completou que “o filho da p* que fez a merda tá sossegado”, em uma suposta referência a Augusto Bergamin, que seria o principal articulador da King Investimentos.

No entanto, quando convidava pessoas a investirem na King, o tom de Ceccatto era inteiramente outro, como pode ser visto nos vídeos que postava no Youtube, no qual afirmava fazer operações com Bitcoin e criptomoedas no mercado forex, oferecendo retornos de até 516% ao ano.

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“O mercado é volátil para quem não sabe operar. Meu sócio obtém 90% de lucro em uma operação de cinco a dez minutos”, garantia Ceccatto, que se denominava presidente da King Investimentos.

Nem Ceccatto nem a King tinham autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) para operar no Brasil. Ceccatto alegava não ser necessário: “A CVM só regula o mercado mobiliário. Mas eu não opero com ações. São moedas estrangeiras. Se eu compro dólar, eu tenho que cadastrar a operação? Não”. O mercado de derivativos de moedas, no qual ele diz investir, no entanto, é regulado pela CVM segundo a Lei 6.358/1976, conforme mostra reportagem do Conjur.

A King é acusada de operar um esquema de pirâmide financeira e pode ter lesado até 20 mil pessoas. A suposta responsável pelas aplicações da King é “Bentley Investimentos LLC”, que tem o mesmo telefone que King inclusive. A Bentley não tem registro na CVM, possui um outro CNPJ e teria como responsável Agnaldo Bergamin, chamado na época de sócio por Ceccatto. Recentemente, o Procurador da República Celso Tres declarou que a King ainda não estava sendo investigada pelo Ministério Publico Federal, mas alertou investidores de que era melhor ficarem atentos a “promessas de ganho certo num mercado de risco”.

O CriptoFácil tentou contato com as pessoas citadas na reportagem, mas até o momento não obteve resposta.

Leia também: Suposta pirâmide de Bitcoin Zero10 Club é penalizada pela CVM

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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