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Libra pode abandonar cesta de moedas e criar múltiplas stablecoins

O projeto Libra, liderado pelo Facebook, pode considerar uma mudança fundamental em um dos principais aspectos da operação de seu sistema global de pagamentos, afirmou o chefe e cofundador do projeto David Marcus.

De acordo com a Reuters em uma matéria do final de semana, Marcus disse que a empresa poderia considerar abandonar a stablecoin “sintética” atualmente planejada – atrelada à uma cesta de moedas fiduciárias e títulos do governo – e, em vez disso, emitir uma série de moedas individuais vinculadas a moedas fiduciárias nacionais, como dólar, libra esterlina e euro. Dessa forma, a Libra deixaria de ser uma criptomoeda única e passaria a ser uma grande cesta de stablecoins, cada uma com um lastro diferente.

“Nós definitivamente poderíamos abordar isso com uma infinidade de stablecoins que representam moedas nacionais em um formato digital tokenizado. Essa é uma das opções que devem ser consideradas”, afirmou Marcus.

Ele disse à Reuters que o novo caminho não é necessariamente a opção desejada pela Associação Libra, mas que o projeto precisa ser “ágil”. A medida, portanto, serviria como uma resposta aos diversos governos e órgãos regulatórios que condenaram o projeto como uma ameaça para a estabilidade financeira e política monetária, bem como um meio de risco para crimes financeiros.

Vários legisladores, principalmente nos EUA e na União Europeia, exigiram que a Libra não fosse lançada até que essas questões fossem resolvidas. A empresa, por sua vez, disse que está trabalhando com reguladores e projetou seu cronograma de lançamento para permitir que essas preocupações sejam abordadas. Além disso, refutou as alegações de que é uma ameaça à soberania monetária das nações.

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No entanto, Marcus não explicou a verdadeira razão pela qual a cesta de moedas poderia ser abandonada. Entre possíveis questões, sugeriu-se anteriormente que a reserva que suportaria a cesta poderia ser classificada como valor mobiliário e, portanto, ficaria a cargo de reguladores como a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC, na sigla em inglês).

O ex-presidente da Comissão de Negociação de Futuros de Commodities dos Estados Unidos (CFTC, na sigla em inglês) Gary Gensler argumentou em julho, dizendo:

“Conforme proposto atualmente, a reserva da Libra, em essência, é um veículo de investimento conjunto que deve, no mínimo, ser regulamentado pela SEC, com a Associação Libra registrando-se como consultora de investimentos.”

Várias empresas de grande nome como Visa e Mastercard deixaram o projeto em 11 de outubro, logo após receberem cartas de parlamentares dos EUA que ameaçaram represálias regulatórias caso não o fizessem.

Apesar dos desfalques, a Libra ainda mantém seu cronograma de lançamento para meados de 2020 em meio a todos os problemas regulatórios. Marcus disse à Reuters:

“Vamos ver. Esse ainda é o objetivo, mas não depende inteiramente de nós.”

Leia também: Libra afirma ter mais de 180 substitutos para os 7 desertores de seu projeto

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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