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Kodak Coin em mais uma contradição: token de título ou não, eis a questão

A proposta da Kodak de lançar um token próprio finalmente saiu do papel, ou, na verdade, entrou no papel. Esta semana, a Wenn Digital, empresa responsável pela oferta inicial de moeda (ICO, na sigla em inglês) da Kodak, enviou e-mails a potenciais investidores com o link para o “light paper” do projeto, documento que detalha o plano para o token fotográfico.

No entanto, uma coincidência um tanto quanto suspeita traz mais questionamentos ao projeto que já enfrenta muitas contradições. O anúncio diz que o token provavelmente não será um título, mas que poderia ser. “Apesar de a Wenn Digital pretender que o KODAKCoin, passível de emissão por meio de SAFTs, seja classificado como token de utilidade em vez de token de títulos, a Wenn Digital é obrigada a tomar a decisão final sobre o status dos tokens, escolhendo um ou outro, antes do momento da sua emissão. Em conjunto, a WENN Digital pode decidir buscar contribuições formais ou informais da equipe da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC)“, disse a empresa.

Em outras palavras, tudo indica que a Wenn tenta produzir uma resposta quanto à advertência publicada pela SEC nesta semana, na qual a agência reguladora dos EUA indica que os projetos que se enquadrarem como “ativos digitais” devem ser submetidos às regras da agência, que tem feito “vista grossa” às ICOS. Ao buscar o enquadramento como “token de utilidade”, a Kodak, pelo menos em teoria, não estaria submetida às mesmas regras “duras” da agência (mas independente da determinação da Wenn, o regulador americano pode adotar uma posição diferente).

Recentemente, um relatório da Kerrisdale Capital classificou o projeto da Kodak como fraude total, uma “tentativa oca de uma companhia moribunda de aproveitar da ‘mania’ das ICOs” e a equipe como tendo “zero credibilidade”. A empresa advertiu os investidores de que o token é parte de um projeto “inútil”.

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Outro problema enfrentado pela Kodak é em relação à sua proposta de um hardware de mineração, no qual os mineradores terão que comprar o hardware da empresa, mas ele ficará sob posse da Kodak e os compradores ainda terão que dividir 50% de tudo que for minerado com a empresa de fotografia, e depois de 2 anos, “devolver” o hardware para a empresa. Uma estimativa feita pelo Criptomoedas Fácil indica que ao final de 2 anos, a Kodak teria um lucro de mais de 97% a mais que o usuário. Para piorar ainda mais a situação da Kodak, a Kerrisdale aprofundou suas pesquisas sobre o hardware de mineração da empresa e descobriu que tudo não passa de uma tremenda fraude, pois a Kodak Miner nada mais é do que uma Bitmain Antminer S9 com o rótulo trocado.

A proposta da Kodak, anunciada há mais de 30 dias, atraiu muita atenção e a empresa salientou que em poucas semanas a sua ICO seria lançada, mas mudou seus planos e até o momento nenhuma data foi fixada. No site oficial do projeto, uma mensagem datada de 5 de fevereiro afirma que “a ICO está avançando a todo vapor”, mas quando realmente o projeto sairá do papel ainda permanece obscuro, junto com outras questões importantes que podem definir o sucesso ou o fracasso total da empresa.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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