Foto: Freepik / Credit Suisse / UBS - Montagem: CriptoFacil
A venda do Credit Suisse para o seu rival UBS se concretizou nesta semana. Contudo, os investidores que compraram títulos do banco não concordaram com a operação, que lhes trouxe enormes prejuízos. E por isso, eles preparam uma ação coletiva para barrar a venda.
Cabe frisar que não se tratam dos acionistas que detêm parte do banco, mas sim de investidores que emprestaram dinheiro ao Credit Suisse. Ou seja, que possuem títulos do banco semelhante às debêntures brasileiras.
De acordo com a ação, a crise no banco suíço já causou desvalorização de US$ 17 bilhões em títulos do Credit Suisse. O prejuízo atingiu os investidores após a liquidação do banco, já que o UBS pagou uma soma muito abaixo do valor de mercado do Credit Suisse.
A princípio, os investidores do Credi Suisse queriam processar o governo da Suíça, que intermediou a operação entre os dois bancos. O objetivo era responsabilizar o estado, que aprovou a fusão sem precisar passar pelo consentimento dos acionistas.
No entanto, o banco em si é que provavelmente atrairá ação legal, já que investidores estão em dificuldades para processar o governo suíço. A liquidação ocorreu com o acordo de fusão de emergência envolvendo o UBS Group e o Credit Suisse.
Como parte do acordo, o UBS pagou aproximadamente 10% do que o Credit Suisse valia antes da crise, em termos das ações. Mas a fusão determinou que os títulos adicionais de nível 1 (títulos AT1) no valor de US$ 17 bilhões foram baixados por meio de uma ordem de emergência.
O acordo envolveu o UBS disposto a pagar US$ 3,25 bilhões aos acionistas. Isto é, os investidores do banco perderiam cerca de 80% do valor investidor.
O acordo de fusão ocorreu como resultado de várias tentativas falhas de resgatar o banco. Desde que atingiu sua máxima histórica, as ações do Credit Suisse caíram mais de 92% e chegaram a ficar abaixo de US$ 1 – as chamadas penny stocks.
Nesse meio tempo, os maiores investidores do Credit Suisse se recusaram a colocar mais dinheiro no banco. Por isso, para evitar sua falência, o governo suíço organizou o arranjo para a compra pelo UBS, que sequer estava planejada pelo banco.
De acordo com um relatório do Financial Times, os termos dos títulos do Credit Suisse AT1 alertaram sobre tal movimento pelos reguladores suíços. No entanto, os investidores em títulos argumentam que os reguladores não cumpriram as condições contratuais para amortizar os títulos.
As autoridades suíças disseram que uma mudança na legislação deu ao cancelamento dos títulos uma “base legal mais clara”. Os analistas se opõem às opiniões do governo suíço, que pergunta se todos os títulos de dívida poderiam ser amortizados com novas leis.
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