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“Indícios de crime”: sócios da BWA são afastados do processo de recuperação judicial

Em decisão publicada na quarta-feira (7), o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo revogou os poderes dos sócios da BWA Brasil.

Além disso, indeferiu o pedido da BWA de destituição do administrador judicial do caso.

O processo em questão diz respeito ao pedido de recuperação judicial anunciado pela BWA no começo de julho deste ano e deferido pela Justiça.

O documento foi obtido com exclusividade pelo CriptoFácil.

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Entenda o caso

A BWA é uma empresa que prometia rendimentos sobre supostos investimentos em Bitcoin e não paga seus clientes desde outubro de 2019.

Assim, ao abrir o pedido de recuperação judicial, a BWA apresentou uma lista com 1.895 credores. O total em dívidas era de R$ 295,4 milhões.

A lista foi assinada pelos sócios Jéssica da Silva Farias, Marcos Aranha e Roberto Willy Ribeiro.

Entretanto, depois, a BWA alegou que a lista apresentada era inadequada. Isso porque incluía valores que não correspondiam aos débitos reais. 

Nesse sentido, a empresa afirmou que seus débitos seriam R$ 449.683,62 e não os quase R$ 300 milhões indicados anteriormente.

Entretanto, a Justiça de São Paulo afirmou que a apresentação de créditos falsos na recuperação judicial é crime. Por conta disso, destituiu os poderes dos sócios:

“Há indícios veementes de cometimento de crime não apenas pelos administradores como pelos próprios sócios signatários da lista. Nesse sentido, destituo os administradores da recuperanda e suspendo os poderes dos sócios”.

O tribunal também determinou o bloqueio de todos os ativos dos três sócios citados até o limite de R$ 295.412.752,63.

Destituição do administrador judicial

No processo, a BWA também pediu a destituição do administrador judicial (AJ). A empresa alegou ainda que os honorários do administrador nomeado deveriam ser acertados diretamente com a empresa.

“Aduz que, ‘as cópias dos emails anexos, (sic) sinalizam um estreito e espúruo relacionamento existente entre o administrador judicial e a empresa Quist, por meio do qual esses atores estavam engajados em conseguir uma remuneração exagerada em favor do AJ’”, diz o documento.

A Quist Investimentos é uma empresa de consultoria que atua na recuperação judicial da BWA.

Segundo o tribunal, os fatos alegados sobre o suposto envolvimento do AJ com a empresa são gravíssimos. Portanto, o tribunal indeferiu “sumariamente o pedido de destituição do administrador judicial”.

Além disso, pediu que o Ministério Público abra uma investigação criminal sobre a atuação de Adiv Abdouni e que a Organização dos Advogados do Brasil (OAB) seja oficiada para apurar sua conduta.

Advogado das vítimas comemora decisão

Jorge Calazans, advogado especializado em Direito Penal que representa vítimas da BWA, celebrou a decisão judicial:

“A presente decisão é um grande passo para a realidade, tendo em vista que se trata de um esquema fraudulento, que deve ser apurado na esfera criminal. Essa recuperação judicial não deve prosperar, pois é uma tentativa dos criminosos ganharem tempo e se beneficiarem com o dinheiro das vítimas.”

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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