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Imprimir mais dinheiro ou focar no Bitcoin? Conheça a Teoria Monetária Moderna

Atenção: este é um artigo de opinião do redator, não necessariamente expressa o posicionamento do CriptoFácil.

Mario Draghi, presidente do Banco Central Europeu (BCE), mencionou que a instituição está aberta à Teoria Monetária Moderna (TMM) – uma estrutura fiscal e monetária que argumenta que os governos podem continuar imprimindo dinheiro enquanto controla a inflação através de impostos. Enquanto falamos sobre a TMM, busque relacionar com a lógica econômica vinculada ao Bitcoin. 

A Teoria Monetária Moderna propõe que os governos com sua própria moeda desconsiderem o acúmulo de dívida soberana. Em síntese, a teoria alega que, em vez de se preocupar com déficits fiscais, o governo deve imprimir dinheiro para bancar seus gastos e, caso isso pressione os preços para cima, ele deve retirar dinheiro do setor privado por meio de maiores impostos. Tal medida — afirmam os defensores da teoria — manteria os juros continuamente baixos, a dívida pública estaria para sempre sob controle, a economia cresceria continuamente e não haveria inflação de preços.

A TMM promove reações bastante adversas. Um economista da Bentley University chamou a teoria de “uma maneira bizarra, ilógica e complicada de pensar em macroeconomia”. No entanto, a TMM parece ganhar força, com políticos como a democrata Alexandria Ocasio Cortez usando-a como fundação para melhorias com gastos sociais. A teoria vem ganhando tanta força globalmente, que Mario Draghi disse em um comentário à imprensa que o órgão de decisão do BCE, o Conselho do BCE, está aberto à Teoria Monetária Moderna.

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Até Ray Dalio, fundador da Bridgewater Associates, maior investidora do mundo em fundos de hedge, ofereceu algumas interpretações sobre TMM com distintivos de aprovação. O investidor bilionário escreveu em maio que as políticas monetárias atuais de taxas de juros ajustáveis ​​e flexibilização quantitativa são improdutivas, necessitando da “coordenação da política fiscal e monetária” descrita pelos teóricos da TMM.

De acordo com inúmeros analistas, se consolidando essa tendência, o Bitcoin terá suas propriedades econômicas deflacionárias estressadas. Com isso, algumas vantagens, como liberdade nas transações globais, poderá ser uma qualidade determinante para se estabelecer o ativo como definitivo para o perfeito funcionamento das atividades globais. Mais estável e mais seguro que o ouro.

Não há planos concretos para adotar a TMM no momento. No entanto, com apoiadores de destaque como Dalio e Draghi, os governos podem se sentir seguros de imprimir uma quantia excessiva de dinheiro. Alguns conservadores fiscais argumentam que o Federal Reserve (Fed), Banco Central dos EUA, já está adicionando dinheiro excessivo à economia.

Peter C. Earle, pesquisador do Instituto Americano de Pesquisa Econômica, disse à Bloomberg que em uma macroeconomia centrada na TMM, “metais preciosos e criptomoedas aumentariam rapidamente sua popularidade e, portanto, seu preço”. Ao imprimir dinheiro, como prevalece, metais preciosos e criptomoedas servem como “hedge inflacionário”.

A análise de Earle foi respaldada por vários outros pesquisadores econômicos. O analista de macro Alex Krüger escreveu no Twitter que “ter políticos eleitos com controle sobre a política monetária e fiscal é um desastre iminente para acontecer”. Apesar de não descrever os efeitos colaterais da TMM, Krüger observou que “Bitcoin e ouro devem se beneficiar desse tema subjacente de longo prazo”.

O Bitcoin, especificamente, provavelmente se tornará um investimento tentador quando a dívida soberana se tornar um número que os governos não podem mais desconsiderar. Diferentemente do dólar ou do euro, o Bitcoin tem um limite de oferta fixo de 21 milhões de unidades e sua taxa de inflação é definida por um protocolo descentralizado – escassez e dificuldade de produção são duas características principais de um “dinheiro duro”.

Como sugerido por Ari Paul, fundador do CIO da Blocktower Capital, em um tuíte:

“Bitcoin é sobre ‘dinheiro duro’, a MMT diz que a dureza não importa.”

Na minha opinião, o Bitcoin se encaixa nesse contexto por outro atributo. Bitcoin é antifrágil e não dinheiro duro. Claramente, um pensamento reducionista, a qualidade antifrágil da rede e emissão imposta por algoritmos. Agentes centralizados não vão inovar mais rápido do que a comunidade de código aberto que tem uma lógica mais coletiva no jogo. No entanto, No entanto, a TMM tem um fundamento inclusivo, pois, com ingestão de dinheiro (valor) na economia, teríamos inclusão e acesso democratizado. Portanto, acho que existem outros caminhos para o Bitcoin se tornar outro, é não é pela sua dureza e sim pelo caracter da sua fragilidade.

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Thiago Catarino

Cineasta, Jornalista e Cripto Evangelista. Acredita que o blockchain tem potencial para transformar tudo, pois, restabelece à mais profunda das necessidades humanas: a confiança.

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