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Hashdex divulga resultados de fevereiro e fala sobre relação entre Bitcoin e coronavírus

A Hashdex é uma gestora de fundos de ativos digitais credenciada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA).

Recentemente, a gestora publicou seus resultados de fevereiro e, tendo em vista a alta volatilidade apresentada nos últimos dias do mês e a queda abrupta do Bitcoin, seu índice Hashdex Digital Assets Index (HDAI) finalizou o mês do Carnaval no vermelho.

Contudo, não há motivo para pânico, uma vez que o saldo em 2020 continua muito positivo até aqui.

2020 segue com ganhos

O HDAI declinou 3,4%, segundo a carta enviada pela Hashdex aos seus investidores. O índice é composto por uma cesta de 13 criptoativos (escolhidos dentre os 20 maiores em valor de mercado), visando mitigar perdas e maximizar os ganhos. Desta forma, mesmo com a queda, em apenas dois meses de 2020 o HDAI já apresentou um ganho de 27,5%.

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Os três criptoativos do HDAI com as melhores performances foram Tezos, Chainlink e Ether, com respectivos ganhos de 61,6%, 35,3% e 25,8%. Contudo, alguns criptoativos não passaram ilesos o tumultuado mês de fevereiro, sendo eles Ethereum Classic, Bitcoin Cash e EOS. Estes criptoativos escorregaram, respectivamente, 38,4%, 20,5% e 17,9%.

A carta detalha ainda a dualidade do mês de fevereiro, no qual o Bitcoin avançou acima dos US$10 mil e, posteriormente, escorregou para abaixo dos US$9 mil. O documento cogita ainda que a boa fase experienciada pela Tezos, que ultrapassou os 60% de ganho, possivelmente se deu devido ao início das operações alavancadas na Kraken.

Outro ponto relevante foi o rebalanceamento do HDAI, que acrescentou outros dois criptoativos à sua cesta: Dash e Bitcoin SV. Tendo em vista a sempre ativa gestão da Hashdex quanto ao seu índice, não é incomum que mudanças sejam feitas na cesta de ativos periodicamente, visando garantir ao investidor.

Dentre outros pontos importantes, como as negociações de Bitcoin por meio de contratos futuros e as discussões de bancos centrais sobre a criação de suas próprias moedas digitais, a carta levantou uma importantíssima questão: o Bitcoin como reserva de valor.

O documento trata como o coronavírus parecia estar impulsionando o valor do Bitcoin com base no mês de janeiro e início de fevereiro, porém, a segunda metade do mês do Carnaval pareceu balançar essa teoria. Um trecho da carta fala muito bem sobre o comportamento do BTC, com base nos ativos financeiros tradicionais:

“O movimento de preço dos ativos financeiros costuma ser a resultante de interação de diversos fatores. A relevância de cada um desses fatores varia ao longo tempo. Por exemplo, nos últimos dois períodos de eleição presidencial, o preço das ações da Petrobrás respondia mais às pesquisas de opinião política do que ao preço do petróleo. Ou seja, o fator político ganhou relevância relativa no período e tornou-se preponderante. […]  Fato é que, diante do pouco conhecimento sobre os fatores que influenciam as oscilações dos criptoativos, é difícil descartar teorias a respeito deles.”

É possível uma valorização do BTC durante altos níveis de contágio do coronavírus?

Em meio a tais afirmações, o CriptoFácil conversou com João Marco Braga da Cunha, que é gestor de portfólio da Hashdex. Ao ser questionado sobre a possibilidade de descartar uma alta do Bitcoin durante o pico de contágio do coronavírus – previsto para ocorrer entre abril e maio -, Cunha foi categórico:

“A resposta curta é ‘Não’. Não se pode descartar uma possível alta no preço do BTC, relacionada direta ou indiretamente ao aumento da propagação do Coronavírus. No entanto, os motivos por
trás de uma eventual alta tem muito mais nuances do que proclamam a maioria dos entusiastas de criptoativos por aí: ‘Bitcoin é um safe haven’. Não – o Bitcoin não é um safe haven.”

Ele afirma ainda ser necessário entender questões importantes:

“Atualmente o valor de mercado do Bitcoin (e de qualquer outro criptoativo) é quase que exclusivamente especulativo. Ou seja, o preço não é dado por uma realidade de uso atual do ativo. A adoção dos criptoativos em soluções reais ainda é baixíssima. O preço é determinado primariamente pela crença (ou descrença) de investidores a respeito do que o Bitcoin pode se tornar no futuro: um meio de pagamentos, uma reserva de valor, etc… O preço do Bitcoin (e de qualquer outro ativo) é influenciado por diversos fatores. No curto prazo, fatores mais técnicos como a o grau de aversão a risco e a necessidade de liquidez dos investidores podem predominar.”

Cunha então chega à questão da valorização do Bitcoin:

“Nós enxergamos que no curto e médio prazo (incluindo as próximas semanas), o coronavírus pode sim exercer uma pressão positiva no preço do Bitcoin, mas não porque ele gera incerteza e diante disso os agentes vão querer fugir para qualidade. Um eventual efeito positivo seria indireto, causando resposta de governos e bancos centrais, que parecem querer estender ainda mais os limites de suas políticas monetárias em resposta a incerteza gerada pelo coronavírus (vide como evidência o corte de juros extraordinário do FED em 03 de março).”

O gestor de portfólio da Hashdex conclui afirmando não ser possível desconsiderar outros fatores que exerçam pressão no valor do Bitcoin a curto prazo.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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