O Grupo Bitcoin Banco (GBB) começou a veicular um anúncio por meio de aplicativos de mensagem no dia 17 de janeiro sobre o lançamento de uma nova plataforma, a Zater Capital. De acordo com o anúncio, será possível negociar Bitcoins de forma P2P na plataforma, que será lançada amanhã, 21 de janeiro.
Conforme noticiou o CriptoFácil em junho de 2018, o GBB adquiriu a Zater Capital por R$20 milhões. A Zater é uma empresa especializada em negociações de grandes volume de Bitcoin no mercado de balcão, preferencialmente negociações de clientes que movimentam valores acima de 100 bitcoins.
A empresa conta com uma plataforma digital e um aplicativo para smartphones e, segundo o anúncio, já é possível verificar quais serviços serão oferecidos ao acessar um dos dois meios. Porém, o site indicado no LinkedIn da empresa teve seu domínio expirado no dia 14 de dezembro de 2019, enquanto o aplicativo não é encontrado tanto na ferramenta de busca da Play Store quanto na da App Store.
Considerando o anúncio feito pelo GBB no dia 09 de janeiro, sobre a divisão das plataformas NegocieCoins e TemBTC – e o fato de uma operar sob os moldes da Recuperação Judicial e a outra servir para aquisição de novos serviços -, não se sabe ainda qual das duas é a Zater Capital, ou se ela sequer faz parte desse anúncio.
Abaixo, é possível verificar o anúncio em sua integralidade:
“O Grupo Bitcoin Banco lançará em 21/01/2020, a exchange Zater Capital, uma nova plataforma para realização de transações P2P (peer to peer), totalmente segura e inovadora.
Acesse o site zatercapital ou a app e verifique os serviços quer serão oferecidos.
‘Zater Capital: nosso mundo é digital’.”
Por meio do anúncio, é possível verificar que os usuários manterão a custódia de seus Bitcoins durante as negociações, de forma semelhante como já ocorre por meio da conhecida plataforma LocalBitcoins. Desta forma, o “inovadora” da forma de negociação da plataforma é questionável.
No mais, nenhum outro detalhe foi prestado sobre o lançamento da nova plataforma, restando aguardar a data de lançamento para verificar os produtos negociados – uma vez que os meios narrados pela empresa estão indisponíveis.
O Grupo Bitcoin Banco começou a apresentar problemas nos saques de seus clientes em maio de 2019, após o fechamento de suas contas pelo Banco Plural e um suposto esquema de fraude cometido contra a empresa, que consistia na duplicidade de contas e saques.
Desde então, usuários ficaram impossibilitados de sacar seus valores, retidos nas exchanges NegocieCoins e TemBTC – ambas pertencentes ao GBB. Em novembro, a empresa protocolou seu pedido de recuperação judicial, que foi aceito ao fim do mesmo mês. O efeito da recuperação judicial impediu que credores requeressem livremente em sede judicial o pagamento dos valores que lhes são devidos, devendo realizar os pedidos apenas no procedimento da recuperação judicial.
De acordo com especialistas, a recuperação judicial dificultará que credores exerçam seus direitos. No dia 04 de fevereiro de 2020, terá fim o prazo para que credores verifiquem se seus saldos estão corretamente informados no procedimento de recuperação judicial.
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