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Golpe com criptomoedas: Polícia Civil e Interpol prendem grupo em Portugal por lesar brasileiros

A Polícia Civil no Distrito Federal, em colaboração com a Interpol, deflagrou na manhã desta terça-feira (07) uma operação para prender de forma preventiva seis pessoas ligadas a um suposto golpe com criptomoedas. De acordo com as investigações, os líderes da organização criminosa operavam em Portugal, mas as vítimas residiam no Brasil.

Com a ajuda da Interpol, a Civil prendeu quatro suspeitos em Lisboa e o líder do grupo, na Alemanha. O outro alvo da ação ainda está foragido.

No âmbito da operação Difusão Vermelha, as autoridades policiais identificaram 945 vítimas do grupo no Brasil, algumas delas perderam economias de toda uma vida. A polícia indiciou os investigados por fraude eletrônica, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Somadas, as penas podem passar de 50 anos de prisão.

A 10ª Vara Federal da Seção Judiciária de Brasília, que expediu as ordens, também determinou o bloqueio de contas bancárias e de contas em exchanges de criptomoedas dos alvos. Além disso, a Vara ordenou que o site por meio do qual o grupo suspeito operava fosse tirado do ar. Agora, que acessa o site cai em uma página da Polícia Civil no DF que alerta sobre o golpe.

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Difusão Vermelha

A Polícia Civil do DF localizou no aeroporto de Frankfurt o líder do esquema e principal alvo da operação Difusão Vermelha. Ele e os outros envolvidos tiveram seus nomes incluídos na Lista Vermelha da Interpol.

Conforme destacou o delegado Erick Sallum, responsável pela ação, trata-se do primeiro pedido desta espécie deferido pela Justiça brasileira à Polícia Civil com a organização criminosa em operação.

Embora o alvo principal da operação tenha sido o braço da quadrilha com sede em Lisboa, que visava pessoas do Brasil, a Civil disse que o grupo possui escritórios em Tel Aviv, em Praga, em Dubai, em Londres e em Madrid. Cada uma das sedes tem diferentes alvos, incluindo pessoas de México, Argentina, Uruguai e Chile.

De acordo com a Polícia Civil, as investigações que culminaram na ação desta terça tiveram início ainda em 2022. As apurações indicam que o grupo opera há pelo menos quatro anos, oferecendo altos lucros para atrair vítimas.

“Centenas” de brasileiros faziam parte do esquema, segundo a Polícia Civil. Eles ligavam para as vítimas, usando o DDD de Brasília (61), e ofereciam o suposto serviço de investimento em cripto. Também ofereciam operações de Day Trade (compra e venda de ações em um mesmo dia) e de FOREX (transações de câmbio).

O delegado Sallum explicou que as vítimas passavam a investir com o grupo, mas acabavam perdendo o dinheiro. Em seguida, o grupo estimulava as pessoas a fazerem novos aportes para recuperar os valores. Mas, mais uma vez, as pessoas perdiam os seus investimentos. Após isso, o grupo cortava relações com as vítimas, que ficavam sem ter a quem recorrer.

O grupo premiava os golpistas que fizessem mais vítimas e veneravam a figura de Jordan Belfort (O Lobo de Wall Street), incentivando os “vendedores” a ver o filme protagonizado por Leonardo Di Caprio.

Golpistas usavam sites de fachada

O esquema contava ainda com sites de empresas fictícias a fim de dar “ar de legalidade” ao golpe. Os principais eram: Paxton Trade, Ipromarkets, Ventus Inc, Glastrox, Fgmarkets, 555 Markets, ZetaTraders.

As vítimas se cadastravam nesses sites e enviavam o dinheiro para o “investimento” por meio de um aplicativo. No entanto, tudo não passava de uma simulação e o dinheiro ia para as contas dos criminosos.

Houve vítimas que chegaram a perder R$ 1,5 milhão com o golpe e outras que gastaram dinheiro que usariam para tratamento de câncer de familiares. Conforme os investigadores, a operação criminosa visava vítimas somente no Brasil.

“Uma vez que eles tinham sede em Portugal e todas as vítimas estavam apenas no Brasil, as autoridades de Portugal ficavam de mãos atadas. Isso porque sem as vítimas para comprovar as alegações, a investigação ficava obstaculizada”, disse a Polícia Civil.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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