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Genesis considera falência e demite 30% da equipe, diz WSJ

Em meio a uma crise financeira intensa, a empresa de empréstimo de criptomoedas Genesis Global Trading Inc., controlada pelo Digital Currency Group (DCG), demitiu 30% de sua força de trabalho e está cogitando decretar falência. Foi o que informou o Wall Street Journal em reportagem publicada na última quinta-feira (05).

Após a mais recente onda de demissões, que ocorreu na quinta-feira em toda a empresa, a Genesis tem agora 145 funcionários.

Com relação ao eventual pedido de falência, a Genesis estaria avaliando junto ao banco de investimentos Moelis & Co. suas opções. Um pedido de recuperação judicial, o Capítulo 11, não está descartado.

Caso, de fato, entre com o pedido, a Genesis seguirá o mesmo caminho trilhado pela exchange de criptomoedas FTX, pela plataforma de empréstimos Celsius Network, pela mineradora de Bitcoin (BTC) Core Scientific, e por muitas outras empresas do setor.

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Genesis quer ‘preservar ativos dos clientes’

De acordo com um porta-voz da Genesis, a empresa está trabalhando com seus consultores “para preservar os ativos dos clientes e levar o negócio adiante”. Sobre as demissões em massa, a Genesis afirmou:

“À medida que continuamos a enfrentar desafios sem precedentes da indústria, a Genesis tomou a difícil decisão de reduzir nosso número de funcionários globalmente. Essas medidas fazem parte de nossos esforços contínuos para levar nossos negócios adiante”.

Vale destacar que essa não é a primeira leva de demissões. Isso porque no ano passado, a Genesis desligou 20% de seu pessoal, ou cerca de 260 pessoas. Além disso, o presidente-executivo da Genesis, Michael Moro, apresentou sua renúncia assim que a Three Arrows Capital (3AC) sofreu liquidações no ano passado.

Three Arrows Capital, o colapso

O fundo de hedge cripto 3AC havia se tornado um dos maiores da indústria cripto. Porém, a empresa tinha muita exposição à Terra (LUNA), que colapsou em maio de 2022. E isso causou a sua falência e as liquidações posteriores.

A Genesis perdeu um total de cerca de US$ 2,36 bilhões (R$ 12,6 bilhões) com a liquidação do 3AC. De acordo com a Genesis, o valor corresponde a um empréstimo que a empresa realizou à 3AC, mas que não foi pago pelo fundo.

Em seguida, os problemas da Genesis se intensificaram com o colapso da FTX em novembro. A empresa tinha feito um empréstimo milionário à Alameda Research, empresa irmã da FTX, antes do colapso.

Em 16 de novembro, conforme noticiou o CriptoFácil, a Genesis interrompeu as originações e resgates de empréstimos. Segundo a empresa, a inadimplência da 3AC impactou de forma negativa a sua liquidez e a entidade de empréstimo Genesis Global Capital. Além disso, embora tenha reforçado a liquidez, o colapso da FTX provocou um nível de saques que excedeu a liquidez da Genesis:

“Nós reduzimos o risco da carteira e reforçamos nosso perfil de liquidez e a qualidade de nossas garantias”, disse a empresa citando o impacto da 3AC. “No entanto, a FTX criou uma turbulência de mercado sem precedentes, resultando em solicitações de retirada anormais que excederam nossa liquidez atual.”

Assim, para tentar fortalecer suas finanças e para ajudar a definir seu futuro, a Genesis contratou a Moelis no ano passado.

A Genesis pertence ao conglomerado de cripto Digital Currency Group, que também opera a gestor Grayscale Investments, o portal de notícias CoinDesk, a empresa de mineração e apostas Foundry, a empresa de gestão de patrimônio HQ, entre outras.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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