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Gamers já estavam preparados para as criptomoedas

Criptomoedas representam um movimento relativamente novo e, como toda novidade, sofreram e ainda sofrem resistência das camadas tradicionais da sociedade. O maior desafio das moedas digitais é a adoção pelo mainstream.

Figuras com mentes abertas adotaram as criptomoedas logo em seus primeiros primeiros anos, enquanto outras tiveram que testemunhar a alta do fim de 2017 para dar uma chance à esta nova classe de ativos. No meio de resistências e passos galgados, talvez não seja exagero afirmar que os gamers – nome dado às pessoas que passam tempo com jogos eletrônicos – já estavam preparados para as criptomoedas.

Um mercado paralelo

Em um artigo publicado em dezembro de 2018 no Medium, Matvey Danilov explicou a relação entre relógios de luxo e criptomoedas. Na publicação, Danilov traça um paralelo entre relógios de luxo e criptomoedas serem reservas de valor de fácil transição, ajudando a fazer circular sem atritos as moedas fiduciárias.

Por exemplo, na Europa, detentores de relógios de luxo vão de um país a outro visitando lojas de penhores e vendendo seus relógios com uma margem – assim como ocorre no trading de criptomoedas. E o dinheiro é carregado ali, no pulso do usuário, sem grandes preocupações.

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Bom, isso não é nada novo para os gamers. Mineração, negociação de ativos que representam reserva de valor, troca por moedas fiduciárias. Tudo isso já ocorre nos jogos online.

Talvez tudo tenha começado com Runescape, jogo executado em navegador com gráficos rústicos que surgiu no início dos anos 2000. Todo jogo online tem sua própria moeda e os itens do jogo geralmente são negociados através dela. O dinheiro do jogo é obtido matando monstros, coletando os pertences deixados por eles (conhecidos como loot) e vendendo tais objetos nas lojas dentro do jogo.

Quanto mais difícil o monstro, mais raro o equipamento deixado por ele. Essa é a dinâmica de um jogo online: matar monstros, conseguir dinheiro, comprar equipamentos melhores, matar monstros mais fortes, comprar equipamentos melhores, e por aí vai. Contudo, nem todos que jogam têm tempo para coletar a moeda corrente do jogo, razão pela qual as moedas fiduciárias entraram em cena.

Equipamentos raros, habilidades que mudam a aparência do personagem e outros itens passaram a ser vendidos por dólares no Runescape – prática que logo virou tendência em outros jogos online. Por exemplo, em 2014, o jogador de DotA 2(um jogo do gênero MOBA) Paada vendeu uma montaria especial por quase R$90 mil. O que motivou a venda foi a coloração única da montaria, que nunca mais poderia ser obtida no jogo – desta forma, a raridade do item fez com que quase R$100 mil fossem gastos em um jogo.

Outro exemplo é o Ragnarok, RPG online lançado em 2002, onde passou a ser possível comprar moedas do jogo por meio de moedas fiduciárias – não oficialmente, um mercado paralelo surgiu criado pelos jogadores. Zennys (dinheiro do jogo) eram vendidos por reais a uma taxa que variava por meio da dinâmica da oferta e demanda.

Perceba que, para os gamers, quando se fala em itens, moedas, montarias, equipamentos e coisas do gênero que guardam valor real, não é uma ideia surreal de conceber. No caso das criptomoedas não é diferente.

Quando é dito a um gamer que um conjunto de algoritmos matemáticos sofisticados, chamado Bitcoin, vale US$5 mil e é dado um contexto financeiro sobre uma moeda de consenso, isso já basta.

Após anos minerando moedas matando monstros, trocando estes ganhos por moedas fiduciárias e guardando itens que provavelmente se tornariam raros e valeriam muito mais no futuro, criptomoedas são apenas mais um dia na vida daqueles vividos nos jogos online.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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