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Fundação Arbitrum viola regras, vende tokens e gera polêmica

O lançamento do token da rede de segunda camada Arbitrum (ABR) completou dez dias, mas já está envolto numa polêmica. A polêmica diz respeito a uma possível venda de tokens por parte da Fundação Arbitrum e também sobre o seu sistema de votação de governança.

De acordo com o Twitter, a polêmica gira em torno da primeira Proposta de Governança da Arbitrum, ou AIP-1. A proposta gerou uma forte polêmica na comunidade, o que levou a equipe da Arbitrum a rejeitar a proposta antes mesmo da aprovação.

Contudo, o drama maior gira em torno da venda de 50 milhões de tokens ARB que a Fundação queria vender para alocar em seu tesouro. Mas a Fundação queria fazer essa venda antes mesmo de a comunidade ratificar formalmente seu orçamento. Ou seja, violando as regras da DAO que controla o tesouro da Arbitrum.

Após a indignação da comunidade, a Fundação Arbitrum foi ao Twitter e reconheceu que a AIP-1 “provavelmente não passará”. Eles também agradeceram os usuários da DAO pelos feedbacks e também pelas críticas.

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Rede vive polêmica

De acordo com o tópico do Twitter, a Arbitrum refutou a alegação inicial de venda de 50 milhões de tokens ARB e, em vez disso, esclareceu que o número era de 10 milhões. A Fundação disse vendeu os tokens para financiar contratos pré-existentes e pagar custos operacionais de curto prazo.

No entanto, a operação gerou polêmica por causa da trava de venda. De acordo com essa trava, a Fundação não poderia vender os tokens pelo menos até março de 2024. Mesmo após esse prazo, as vendas deveriam ocorrer de forma paulatina até 2027.

Só que a Arbitrum desejava vender 50 milhões de ARB de uma vez só, o que correspondia a cerca de US$ 1 bilhão com base na cotação do token. E a comunidade temeu que a medida gerasse uma venda em massa de ARB no mercado.

A Arbitrum disse que a Fundação “não existe para vender tokens”, acrescentando que a decisão da venda foi tomada apenas para financiar suas despesas operacionais atuais. Mas isso não acalmou a comunidade.

Proposta sofre críticas

Muitas figuras notáveis na comunidade apontaram que era necessário voltar atrás e rejeitar a proposta. Essas figuras afirmam que a proposta permitiria que a Fundação, uma entidade centralizada, controlar mais de 750 milhões de tokens ARB no valor de cerca de US$ 1 bilhão.

Além disso, o pacote de governança não fornece transparência sobre a utilização desses fundos. A própria Arbitrum admitiu essa falha e propôs mudanças. Nesse sentido, a AIP decidiu incluir relatórios de transparência abertos à toda a comunidade.

Já o programa de “subsídios especiais” da Fundação Arbitrum – para onde iriam os tokens vendidos – , será renomeado para “Fundo de Desenvolvimento de Ecossistemas”. Seu foco será fornecer “contexto” sobre como os fundos beneficiarão o ecossistema. 

“O objetivo da criação do Arbitrum DAO era liderar pelo exemplo para criar o rollup mais descentralizado e, apesar desse erro de comunicação, continuaremos a perseguir agressivamente esse objetivo.”

A comunidade acusou a Arbitrum de transformar a DAO, que supostamente é uma entidade descentralizada, em algo sob controle da Fundação. Essa mensagem ganhou força depois que a equipe explicou que a votação da AIP-1 não era de caráter consultivo, mas sim de ratificação.

Em outras palavras, a AIP-1 foi construída pela Fundação de maneira centralizada e sem apoio da comunidade, contrariando a essência da DAO. A medida contraria o papel ativo dos votantes e os transformaria em meros “carimbadores” da decisão, o que revoltou a comunidade.

Baleias arbitrárias?

Os dias que antecederam o tão esperado lançamento do ARB impulsionaram a atividade on-chain da popular solução de camada 2 para novos recordes. Mas o drama recente em torno da proposta levou o preço do token a registrar quedas no fim de semana.

As baleias, no entanto, permaneceram quase sem restrições. Os dados mais recentes sugerem que duas das seis maiores baleias compraram US$ 811.199 e US$ 1,69 milhão em fichas nas últimas 24 horas. Por outro lado, duas baleias descarregaram mais de US$ 1 milhão em tokens ao mesmo tempo.

As duas baleias restantes não mostraram nenhum movimento significativo, o que pode indicar cautela por parte dos grandes investidores.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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