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Fórum Econômico Mundial afirma que mais de 40 bancos centrais estudam o uso de blockchain

Um relatório do Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês) apontou que mais de 40 bancos centrais em todo o mundo estão experimentando a tecnologia blockchain, conforme mostra o artigo publicado pelo portal Coindesk.

Liberado nesta quarta-feira, 03 de janeiro, o relatório analisa como diferentes bancos centrais estão examinando como a blockchain pode ser usada, ​​ou experimentando diretamente a tecnologia por meio das chamadas moedas digitais dos bancos centrais (CBDCs).

“É bem verdade que vários bancos centrais estão olhando para isso”, disse Ashley Lannquist, líder de projeto de blockchain e tecnologia de contabilidade distribuída (DLT) do Fórum Econômico Mundial, e principal autora do relatório.

Ela afirmou que pelo menos 44 bancos centrais estão explorando, pesquisando ou experimentando ativamente a tecnologia blockchain, com o objetivo de potencialmente emitirem suas próprias criptomoedas em um futuro próximo.

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“O trabalho piloto e de experimentação feito até agora sobre este assunto produziu resultados diversos; alguns foram resultados otimistas, e o resumo de onde estamos agora é que os bancos centrais estão procedendo com cautela, mas altamente envolvidos em pesquisa”, disse Lannquist.

Atualmente, esses bancos precisam lidar com uma série de questões técnicas e políticas, disse ela. No lado técnico, as instituições precisam garantir que seus novos sistemas funcionem conforme pretendido e se estão preservando os dados com precisão.

Outras questões dizem respeito aos aspectos políticos, incluindo a política monetária de um banco central. Essas questões precisam ser estudadas para evitar conseqüências não intencionais, disse Lannquist.

Com essas ressalvas à parte, Lannquist afirmou que as tendências atuais para as CBDCs sã positivas

“Eu diria que nos próximos dois anos – e estou sendo conservadora – alguns bancos centrais emitirão suas criptomoedas, e nós acreditamos que pelo menos alguns deles irão de fato fazê-lo.”

O Banco Nacional do Camboja, por exemplo, planeja incorporar a tecnologia blockchain ao seu sistema nacional de pagamentos até o final deste ano.

Como observa o relatório de Lannquist, o banco está procurando resolver dois problemas: muitos dos residentes do país não possuem contas em bancos, e, além disso, o próprio sistema bancário não é muito eficiente.

“Eles atualmente têm um sistema de pagamento doméstico muito fragmentado e muitos [moradores] não são bancarizados”, disse ela. “Em vez de usar os bancos, eles usam aplicativos de pagamento privados que nem são de bancos. Então eles geralmente não conseguem fazer pagamentos.”

O novo sistema de pagamentos baseado em blockchain pode servir para unir alguns desses aplicativos de pagamentos díspares, oferecendo serviços de pagamento e liquidação mais eficientes para os moradores do Camboja, disse Lannquist.

O que talvez seja mais surpreendente sobre os planos do Camboja é o fato de que o banco não começará com um programa piloto ou com testes, mas sim com uma implementação em larga escala que envolverá 10 bancos do país.

“Eles estão indo direto ao uso prático”, disse Lannquist.

Comunicação

Apesar do pioneirismo do Camboja, Lannquist afirmou que poucos bancos centrais tinham conhecimento da iniciativa. O objetivo do seu relatório é justamente compartilhar essas informações – bem como em quais esforços outros bancos centrais estão trabalhando.

Outro exemplo apontado por ela veio da França.

“O Banco da França tem usado contratos inteligentes [e] uma implementação privada do Ethereum”, disse Lannquist. “É uma das primeiras implantações de produção de Ether no mundo, e foi realizada por um banco central.”

O banco substituiu o seu processo de aprovisionamento e partilha de Identificadores de Crédito de Área Única de Pagamentos em Euros (SCI) pelo sistema baseado em blockchain, que está em operação desde o final de 2017.

Grande parte dos esforços do WEF no ecossistema dos criptoativos centraram-se na facilitação das comunicações entre os bancos centrais, acrescentou Lannquist. Muitas dessas instituições pesquisam de forma discreta sobre o setor há três ou quatro anos, com “um aumento em 2016”.

“Estamos tentando ajudar os que estão iniciando o caminho agora”, disse ela, conectando os bancos centrais novos no campo aqueles que já pesquisam casos de uso de blockchain.

Mais conhecido por sua conferência anual em Davos, na Suíça, o WEF também introduz muitos desses bancos para especialistas no espaço dos criptoativos, como outra ajuda para o espírito de colaboração, disse ela.

“Estamos conectando a comunidade técnica de blockchain aos bancos centrais para ajudá-los. Realizo periodicamente webinars e reuniões presenciais para conectar esses especialistas aos bancos ”, disse Lannquist. “Também trazemos acadêmicos. Ele se mostrou bastante valioso para os bancos centrais até agora e esperamos que [continue a ser útil].”

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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