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Família de Russomanno está envolvida em pirâmide de R$ 4,5 milhões

Familiares do candidato à prefeitura de São Paulo pelo Republicanos, Celso Russomanno, são acusados de práticas descritas como um “esquema de pirâmide”.

A filha e o genro do crítico do Bitcoin são citados em pelo menos 18 processos judiciais que mencionam a empresa NQZ Participações.

Em seis ações, a Justiça já julgou procedente as alegações das vítimas que afirmam ter sido lesadas em R$ 4,5 milhões.

As informações foram publicadas pelo Estadão no dia 26 de setembro.

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Pirâmide Financeira

As vítimas do esquema sustentaram que confiaram no casal principalmente porque Luara Torres Queiroz Russomanno é filha do líder nas pesquisas recentes de intenção de voto.

“Não imaginava que o autor (da ação) teria maiores problemas, pois o réu sempre foi solícito no início dos investimentos. Além de que é genro de um famoso político paulista, que trabalha em defesa do consumidor”, diz um dos processos.

O autor desta ação cobra R$ 23 mil de Luara e do marido, Bruno Neri Queiroz.

Em outro processo, uma vendedora de cosméticos que perdeu R$ 20 mil no esquema diz que foi convencida por uma corretora de investimentos de que o negócio era legítimo. Isso porque “o dono” era ligado ao deputado:

“O dono é genro do Celso Russomanno, sabe? Ele não vai querer um escândalo desse pra cima dele e manchar o nome da família”, disse a corretora quando a investidora questionou os atrasos nos pagamentos.

As vítimas do esquema que abriram processos judiciais são donas de casa, engenheiros, médicos, servidores públicos, comerciantes, psicólogas e pilotos.

Eles alegam que entraram no esquema em 2017 e fizeram aportes entre R$ 10 mil e R$ 1 milhão.

A promessa, de um retorno fixo entre 1,5% e 4% ao mês, não foi honrada. Os investidores também não receberam os valores investidos depois que a pirâmide quebrou.

NQZ Participações

O Estadão disse ter obtido acesso aos 18 processos que citam o casal na íntegra. Além disso, a reportagem conversou com advogados e autores das ações que confirmaram as informações.

A empresa de Luara e Bruno, a NQZ Participações, é citada, ao todo, em 110 processos. O casal informava aos investidores que aplicavam os recursos na expansão de redes de alimentos e salões de beleza.

No entanto, os lucros só eram pagos após novos membros entrarem da pirâmide, como de costume nesses esquemas.

Assim, depois que os pagamentos encerraram, o casal se retirou da empresa que ficou no nome dos outros sócios.

Em seguida, já em 2019, eles abriram uma nova empresa, a Alternative Assets NQZ Consultoria.

O advogado de uma das vítimas disse que o casal saiu da empresa para evitar o confisco de bens. Por isso, as ações também citam o casal como pessoas físicas além da NQZ Participações.

Negócio não tinha autorização da CVM

O esquema conduzido pela filha e genro de Russomanno era ilegal, já que não tinha autorização da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

A autarquia, inclusive, chegou a emitir uma suspensão contra a empresa em fevereiro de 2019.

Na ocasião, a CVM informou ao mercado que a “NQZ Participações e Investimentos Ltda e Bruno Neri Queiroz não estão autorizados a ofertar publicamente títulos ou contratos de investimento”.

Dessa forma, proibindo a empresa de captar clientes.

“Não tem nada a ver comigo”

A reportagem do Estadão procurou o candidato e os advogados do casal. Russomanno alegou que não tem nada a ver com o esquema. 

Segundo ele, o genro tem “problemas financeiros assim como milhares de outros brasileiros”. Já os advogados não responderam.

Russomanno também enviou um vídeo ao Estadão em que afirmou estar sendo vítima de ataques:

“Já se iniciaram os ataques. Ataques contra minha pessoa e a minha família. Isso já aconteceu em 2012 e em 2016, na tentativa de desconstruir a minha imagem para diminuir a intenção de voto em minha pessoa”, disse o candidato.

Ele ainda disse que o genro “vai responder pelos seus problemas”. 

“Até porque isso não tem nada a ver comigo. Não sou sócio da empresa e não conheço os negócios do meu genro. (…) Agora, trazer isso para a minha campanha e tirar o foco da discussão, que é a cidade de São Paulo, é uma atitude covarde, para não dizer outra coisa”, afirmou.

Apertar comerciante é mais fácil que piramideiro

Depois que o Estadão publicou a matéria em questão, o canal no YouTube “Verdades que Chocam” comentou as denúncias.

No vídeo, o apresentador do canal, Pedro Gercino, mostra capturas de tela de uma conversa no WhatsApp.

O texto afirma que os filhos de Russomanno eram clientes da pirâmide Unick e da Efatá Bitcoin. Sobre esse fato, que não foi comprovado, o apresentador comentou:

“Eu não invento, apenas estou publicando o fato. Esse negócio dos filhos do Russomanno também deixa claro porque ele nunca se interessou em fazer matéria sobre a Unick sobre a Midas Trend. É claro que apertar dono de supermercado é bem mais fácil que divulgar fatos sobre piramideiros, não é não?”, questionou.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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