Economia

Executivos do Signature Bank realizaram grande venda de ações sem alarde

Os membros do agora extinto Signature Bank venderam mais de US$ 100 milhões em ações ao longo de vários anos. De acordo com uma análise conduzida pelo Wall Street Journal, as vendas ocorreram após o banco mudar sua postura e aceitar clientes que operam com criptomoedas.

E as vendas atingiram o alto escalão de executivos do banco. Por exemplo, o presidente do Signature Bank, o ex-CEO e seu sucessor, que juntos venderam cerca de US$ 50 milhões em ações nos últimos três anos.

O trio, cujas vendas representaram cerca de metade do valor vendido, integrou o comitê do conselho responsável por monitorar o perfil de risco do banco ao longo de 2022. Ou seja, executivos que não possuíam tanto alinhamento com o banco tomaram as principais decisões de risco.

Transações internas

Além de realizar as vendas, os executivos não divulgaram as operações, que só vieram a público com a matéria do Journal. Os documentos oficiais não traziam detalhes a respeito das operações, e as regras de valores mobiliários também ajudaram as vendas a passarem despercebidas.

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O Signature Bank operava há mais de duas décadas e era um dos maiores bancos pró-criptomoeda. As autoridades dos Estados Unidos fecharam o banco em 12 de março, logo após os colapsos dos bancos Silvergate Capital e o Silicon Valley Bank (SVB).

Embora seja um banco antigo, o envolvimento do Signature com criptomoedas começou apenas em 2021. Durante a máxima história do mercado, os depósitos do banco cresceram 68% somente em 2021. Além disso, as ações do banco registrou um ganho de 140% no mesmo ano. 

Em outras palavras, os executivos tiveram altos lucros com a venda de ações. Segundo o WSJ, as vendas geraram um lucro de US$ 70 milhões em 2021. Isso é o dobro do valor de 2020.

Detalhes das vendas

Os executivos venderam boa parte das ações a um preço médio de US$ 220, mas as ações ainda registraram alta de 50% naquele ano. No início de 2022, os papéis do Signature chegaram a valer US$ 366 em sua máxima histórica.

As divulgações do banco mostram que o presidente Scott Shay vendeu US$ 5,4 milhões em ações em 2021 e comprou US$ 1,5 milhão em ações durante o mesmo período. Em 2023, pouco antes do colapso do banco, Shay comprou mais US$ 644 mil em ações.

Joseph DePaolo, o presidente-executivo do banco, e Eric Howell, diretor de operações, também fizeram vendas. Ambos se livraram de US$ 13,9 milhões e US$ 14,9 milhões em ações, respectivamente, ainda em 2021. A dupla vendeu outros US$ 9,2 milhões em ações entre eles em março de 2022.

Além disso, a Signature foi uma das duas únicas empresas do S&P 500 que não registraram transações de informações privilegiadas na Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos (SEC).

Problemas Regulatórios

O Signature Bank estava sendo investigado por duas autoridades do governo dos EUA antes de sua queda. O Departamento de Justiça investigava se a empresa tomou as medidas necessárias para identificar uma possível lavagem de dinheiro por parte de seus clientes.

Os funcionários estavam particularmente preocupados se o banco recorresse a medidas preventivas para supervisionar as transações em busca de “sinais de criminalidade”. Além disso, a SEC também estava investigando as transações do banco, mas não revelou detalhes da investigação.

Por fim, o Signature sofreu liquidação judicial pelo Federal Deposit Insurance Corporation (FDIC). Na semana passada, o FDIC emitiu um aviso aos clientes de criptomoedas do banco para fechar todas as suas contas até 5 de abril.

Agora, o FDIC pretende comercializar uma carteira de empréstimos de US$ 60 bilhões que inclui principalmente empréstimos imobiliários comerciais, empréstimos comerciais e um pequeno conjunto de empréstimos residenciais unifamiliares nos próximos meses

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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