Economia

Euro digital vai focar no uso pessoal, não na Web3, dizem autoridades da União Europeia

Enquanto muitos países do mundo discutem o lançamento de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês), entre eles o Brasil, a União Europeia (UE) também estuda lançar uma versão digital do euro.

Mas, de acordo com autoridades da UE, um eventual euro digital vai ter foco no uso de pessoas físicas, sobretudo para pagamentos peer-to-peer (P2P). Ou seja, a versão digital do euro não será direcionada para a Web 3.0 ou para empresas; ao menos num primeiro momento.

Euro digital em debate

De acordo com uma reportagem do CoinDesk desta quarta-feira (7), as autoridades da UE nem mesmo sabem se o euro digital vai ser construído a partir da blockchain. Essa questão ainda está em debate. De qualquer forma, o bloco deve publicar já no ano que vem um projeto de lei para permitir a alternativa digital ao dinheiro físico.

Conforme destacou Evelien Witlox, gerente do programa de euro digital do BCE, a entidade selecionou três casos de uso para o euro digital.

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Durante um evento organizado pelo Comitê Econômico e Social Europeu, órgão que aconselha a UE, Witlox explicou que esses casos são:

  • P2P: pagamentos que permitem transações entre familiares e amigos;
  • P2B: Pagamentos de consumidor para empresa em lojas físicas ou online por produto e serviços e
  • Pagamentos para ou por governos.

Apesar de o foco inicial ser o varejo, com pagamentos iniciados por pessoas físicas, não se descarta a possibilidade de permitir, no futuro, que as empresas liquidem faturas, emitam cheques, paguem salários, entre outros, com o euro digital.

Euro digital com ou sem blockchain?

Como dito, também não se sabe se o euro digital vai usar a blockchain:

“Se a blockchain será ou não usada como tecnologia, não está atualmente em fase de investigação”, disse Witlox.

Witlox explicou que as autoridades estão considerando primeiro os requisitos do sistema como segurança e taxas:

“A tecnologia não deve conduzir a funcionalidade”, ressaltou ela, acrescentando que o banco central da Europa ainda precisa definir a forma de liquidação das transações com o euro digital e a compensação dos intermediários. Isso tudo até setembro de 2023.

Enquanto isso, sobre o uso do euro digital na Web 3.0, Jan Ceyssens, chefe da unidade de finanças digitais da comissão, ponderou que isso também está no radar:

“Um euro digital precisa atender às novas necessidades de pagamento. Nós também precisamos estar abertos e ajustar e atender a esses usuários [da Web3]”, disse ele.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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