EUA indiciam brasileiros por golpe com pirâmide de criptomoedas de US$ 100 milhões

Um júri do Tribunal Federal do Distrito Sul da Flórida, nos EUA, indiciou dois brasileiros por liderarem um suposto esquema de pirâmide financeira envolvendo criptomoedas.

Emerson Pires e Flávio Gonçalves, bem como Joshua David Nicholas, dos EUA, são acusados de conspiração de fraude bancária e de títulos.

De acordo com o tribunal, a fraude global, que também é investigada pelo FBI, movimentou um total de US$ 100 milhões. Ou seja, mais de R$ 530 milhões na cotação atual em reais.

EmpiresX: golpe com criptomoedas

As investigações apontam que os brasileiros Emerson e Flávio são os fundadores da empresa EmpiresX. Enquanto isso, Joshua David atuava como “Head Trader” no esquema.

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A empresa se apresentava como uma plataforma de investimento em ativos digitais. Contudo, ao que parece, tudo não passava de um golpe que usava os ativos digitais como uma isca para atrair as vítimas, com a promessa de altos lucros.

Conforme informou a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA, a SEC – que também investiga o trio por fraude – a empresa prometia lucros de 1% ao dia, algo muito acima do praticado no mercado.

“Eles enganaram os investidores sobre, entre outras coisas, um suposto “bot” [robô] de negociação que, segundo o trio, poderia gerar retornos garantidos aos investidores na EmpiresX”, disse o Departamento de Justiça em nota.

Entretanto, a SEC afirma que este robô nunca existiu, de fato.

Pirâmide financeira

Como é típico em um esquema de pirâmide, os primeiros clientes recebiam o dinheiro de quem entrava depois.

Mas, em um dado momento, à medida que o número de clientes cresceu, o negócio se tornou insustentável. Assim, os criadores do golpe suspenderam os repasses às vítimas.

Nas redes sociais da empresa, os clientes alegam que não estão mais recebendo os juros prometidos. Além disso, acusam a dupla de golpe:

“Dois meses sem pagamentos e sem saques…. Emerson e Flavio enganaram todo mundo”, escreveu uma pessoa.

Ainda segundo a acusação, os brasileiros lavavam o dinheiro do esquema com a compra de criptomoedas.

Tecnologia mudou, mas golpe não

Conforme explicou George L. Piro, agente do FBI na Flórida, embora a tecnologia tenha mudado, o crime continua o mesmo:

“Fraudadores sem escrúpulos não são novidade para o mundo dos investimentos, o que está mudando é que eles agora estão empurrando suas atividades criminosas para o reino das criptomoedas”, disse ele.

Enquanto isso, Juan Antonio Gonzalez, procurador do Distrito Sul da Flórida, alertou que os investidores precisam estar atentos a golpes do tipo:

“Como com qualquer tecnologia emergente, aqueles que investem em criptomoedas devem desconfiar das oportunidades de lucro que parecem boas demais para ser verdade”, avisou.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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