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Ethereum Classic atinge máxima dos últimos quatro meses

A proximidade da atualização The Merge não beneficiou apenas o Ethereum (ETH), mas sim a sua versão “original”, o Ethereum Classic (ETC). Nas últimas 24 horas, o preço da criptomoeda se valorizou 15%, atingiu os US$ 42,30 e chegou ao seu maior valor em quatro meses. Na cotação em reais, a ETC vale R$ 215 no momento da produção deste texto.

O motivo dessa valorização é, naturalmente, a definição sobre a data de lançamento da The Merge no Ethereum, que será em 15 de setembro. Com a atualização, o Ethereum perderá a mineração via Prova de Trabalho (PoW), algo que pode beneficiar o ETC.

Impactos da The Merge no ETC

Embora o ETC não tenha mais a relevância que teve no passado, a rede está vendo um aumento na atividade nos últimos meses. O motivo é o fato de que a rede manterá a mineração via PoW, ou seja, o atual mecanismo de consenso do Ethereum.

Isso fez os mineradores do Ethereum voltarem seus olhos para a rede, já que em pouco mais de um mês eles perderão a receita de mineração. Para não ficar sem ter uma fonte de receita, muitos estão migrando suas máquinas para a ETC.

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Por causa disso, a rede experimentou um forte aumento no poder de processamento (hash rate) nos últimos 30 dias. Conforme ilustra o gráfico abaixo, este crescimento chegou a 32%, fazendo a ETC sair de 17,7 terahashes por segundo (TH/s) para 26 TH/s.

Fonte: CoinWarz.

À medida que a The Merge se aproxima, alguns membros da comunidade Ethereum estão novamente debatendo se devem executar outro hard fork da blockchain para preservar a mineração via PoW. O minerador Chandler Guo apoia essa divisão e já planeja criar a EthereumPOW.

Com isso, a comunidade do Ethereum vive a expectativa de um novo hard fork, enquanto os mineradores não estão totalmente confiantes no ETC.

Sobre o ETC

A Ethereum Classic é, na verdade, a rede Ethereum original criada por Vitalik Buterin e Gavin Wood entre 2014 e 2015. No entanto, ambos não fazem mais parte dessa rede, e é por isso que existem “dois Ethereum”.

Tudo começou em 2016, quando o Ethereum recebeu um projeto chamado The DAO, que trazia a promessa de automatização para os contratos inteligentes. No entanto, havia uma falha nesse contrato que permitiu a um hacker corromper a DAO e tirar proveito dessa falha.

Como resultado, o hacker conseguiu roubar US$ 150 milhões em tokens, causando um enorme prejuízo e matando o projeto The DAO. Após o hack do projeto DAO, ocorreu uma divisão dentro da comunidade do Ethereum: um grupo apoiou a divisão da rede, criando uma nova blockchain sem o histórico do ataque. Já o outro grupo foi contra a divisão, preferindo manter a rede original.

Aqueles que não apoiaram o relançamento mantiveram a blockchain Ethereum original, renomeada para Ethereum Classic (ETC). Já Buterin e outro grupo, que apoiavam a divisão, criaram o Ethereum (ETH), que prosperou e hoje é a segunda maior blockchain do mundo.

Ao contrário da ETH, que não tem limite no número total de moedas, a ETC tem um limite de 210,7 milhões de unidades. No entanto, a rede fracassou em conseguir atrair desenvolvedores e hoje praticamente não possui nenhuma atividade.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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