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Estudantes de Santa Catarina aplicam blockchain no comércio exterior

Quatro estudantes da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) irão aos EUA representar a universidade e o Brasil durante a International Business Model Competition (IBMC – Competição Internacional de Modelos de Negócio). Os universitários apresentarão a Comexchain, uma plataforma baseada em blockhain desenvolvida por eles e focada em melhorar a comunicação de processos do comércio exterior.

Segundo o portal de notícias da UFSC, a ideia nasceu durante um hackaton em que os universitários combinaram suas habilidades (dois deles tinham conhecimento em processos de blockchain, enquanto os outros dois no ecossistema do comércio exterior), para desenvolver a plataforma que organiza e facilita a burocracia envolvida com os processos de importação e exportação.

“Haverá automatização de processos, garantia da segurança e integridade dos documentos e a rastreabilidade utilizando blockchain”, explica o professor Jean Martina, mentor do projeto desde o ano passado.

As tratativas para realizar importações e exportações envolvem processos complexos e, por vezes, “desconectados”, usando desde documentos físicos até papeis que precisam ser escaneados (sem garantia nenhuma de integridade), e é justamente neste fluxo que a Comexchain pretende atuar, unificando o lugar de trabalho por meio da plataforma que faz a organização de documentos, ajuda no fluxo de trabalho e no compartilhamento de informações, garantindo a integridade e a rastreabilidade por meio da blockhain.

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Gabriela Vieira Domingues (8º semestre de Ciências Econômicas), uma das integrantes do projeto, ressalta que a plataforma eliminaria a necessidade de papel e de muitos documentos físicos, criando também um enfoque de sustentabilidade para o projeto.

“Não tem empresa que faz o que a gente faz, não existe nada implementado. Blockchain e comércio exterior é um casamento perfeito: as empresas têm um problema e precisam de uma organização processual, com segurança”, completa.

Além de Domingues, a Comexchain é composta por Ramnan Sidharta de Andrade Palma (7º semestre de Ciências da Computação), Vinícius Macelai (8º semestre de Ciências da Computação) e Rafael César Cirico Garcia (9º semestre de Ciências Econômicas). A competição será na Universidade Brigham Young, em Utah, e a apresentação será em lean canvas, espécie de apresentação que foca na estratégia do modelo de negócios.

Recentemente, o Centro Austríaco de Pesquisa Econômica Internacional (FIW, na sigla em inglês) destacou o potencial da tecnologia blockchain no comércio exterior afirmando que ela pode tornar as transações nas exportações mais seguras e, com isso, reduzir a incerteza. Além disso, a tecnologia descentralizada poderia ajudar a “reduzir substancialmente o custo de processamento das garantias de exportação”.

A Organização Mundial do Comércio (OMC) apresentou um relatório no qual destaca que a tecnologia e a inovação já estão impactando o comércio global, em especial inovações como internet das coisas (IoT), impressão 3D, inteligência artificial e blockchain estão criando novos mercados, novos produtos e novos modelos de negócios.

“Isso é estrutural, veio para ficar… é uma revolução”, disse o diretor geral da OMC, o brasileiro Roberto Azevêdo, ao lançar o documento em uma conferência na sede da OMC em Genebra.

Na área do comércio exterior, no entanto, sem qualquer integração com DLT, no final de março, a Receita Federal do Brasil anuncio um projeto-piloto chamado de Pagamento Centralizado do Comércio Exterior (PCCE) que tem como objetivo permitir o conhecimento das obrigações pecuniárias e o pagamento centralizado de impostos, taxas públicas e encargos privados correlacionados aos processos de importação e de exportação, de forma simples, automática e organizadas no site do Portal Único do Comércio Exterior.

Segundo a Receita Federal, os benefícios esperados são a simplificação e a desburocratização dos procedimentos aduaneiros, com a decorrente redução de tempo e custo para os operadores privados e órgãos de controle, num esforço conjunto entre Administração Pública e Sociedade em busca do aperfeiçoamento do ambiente de negócios, o qual proporciona maior competitividade às empresas brasileiras no cenário internacional.

Leia também: Relatório revela a China como líder mundial em projetos de blockchain

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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