Economia

Estados Unidos bane popular mixer de criptomoedas Tornado Cash

O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos resolveu banir o mixer de criptomoedas Tornado Cash, conforme divulgado na manhã desta segunda-feira (8). Como resultado da proibição, todos os cidadãos do país estão proibidos de realizar operações pelo serviço.

Além disso, qualquer endereço de carteira que tenha utilizado o Tornado Cash também virou alvo das sanções. Ou seja, os endereços não poderão realizar ou receber transações de e para nenhuma empresa ou pessoa que more nos EUA.

Embora a proibição afete o uso do Tornado Cash, ela se restringe aos EUA e seus cidadãos. Quem utiliza serviços de VPN ou ocultação de endereço também consegue utilizar o Tornado Cash normalmente.

O Tornado Cash é um serviço que embaralha transações de criptomoedas, dificultando o rastreio da origem das transações. Esses mixers ganharam fama depois que hackers começaram a utilizá-los para ocultar fundos roubados em ataques.

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EUA aplicam sanções contra Tornado Cash

A sanção partiu do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC), uma agência do Departamento do Tesouro encarregada de prevenir violações de sanções. O OFAC incluiu o Tornado Cash na sua lista de Nacionais Especialmente Designados (SDN, na sigla em inglês).

A SND é uma lista de pessoas, entidades e endereços de criptomoedas classificados como “suspeitos” pelos EUA. Isto é, a lista traz pessoas e entidades acusadas de envolvimento com crimes neste mercado, de acordo com o governo estadunidense. 

Nesse sentido, o governo proíbe que cidadãos dos EUA negociem com pessoas e entidades cujos endereços estão nessa lista. Isso vale para o Tornado Cash ou qualquer um dos endereços de carteira Ethereum vinculados ao protocolo. Quem desobedecer à ordem pode enfrentar penalidades criminais.

O Tornado Cash tem sido uma ferramenta importante para grupos de hackers como o Lazarus, que é apoiado pelo governo da Coreia do Norte. Em 2022, o uso de mixers em ataques hackers atingiu 10% das transações, o maior valor da história.

Usos de mixers em crimes

Em março, o Lazarus utilizou o serviço no ataque a Ronin, considerado o maior da história das criptomoedas, que roubou R$ 3 bilhões da ponte do Axie Infinity. De acordo com o Departamento do Tesouro, o grupo utilizou o Tornado Cash para ocultar a origem dos fundos.

Além do Tornado Cash, os EUA aplicaram sanções contra o Blender.io, outro serviço de mixer que o Departamento do Tesouro afirma ser utilizado em ataques. As autoridades alegam que hackers utilizaram o serviço para ocultar mais de R$ R$ 100 milhões roubados da Ronin.

“O Tornado Cash tem sido o mixer para os cibercriminosos que procuram lavar os rendimentos do crime, além de ajudar a habilitar hackers, incluindo aqueles atualmente sob o controle de sanções, para ocultar os lucros de seus crimes cibernéticos, encobrindo a origem e a transferência dessas criptomoedas”, disse um funcionário do Departamento.

Segurança nacional

A aplicação de sanções no Blender.io, que é menor que o Tornado Cash, faz parte de uma estratégia do OFAC. Dessa forma, os EUA começam a encarar os mixers não apenas como ferramentas perigosas, mas como ameaças à segurança do país. 

“O que o OFAC está dizendo é: ‘esses hacks são mais do que hacks; eles são sérios riscos de segurança nacional.’ Não é apenas lavagem de dinheiro – é um crime cujos recursos irão para a proliferação de armas”, disse Ari Redbord, chefe legar da TRM Labs.

O que torna a nova sanção interessante é que o Tornado Cash também tem uma quantidade significativa de valor que flui através dele, mas não está associado a nenhuma atividade ilícita. Por exemplo, cidadãos de países autoritários utilizam o serviço para usar criptomoedas sem que o governo possa detectar.

Portanto, a proibição acaba prejudicando essas pessoas, bem como cidadãos estadunidenses que desejam manter sua privacidade. Nestes casos, eles deverão recorrer ao uso de VPNs e outras tecnologias para utilizar o serviço.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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