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Especialista explica se o Bitcoin pode bater US$ 100 mil após o halving

Em meados de abril, o analista Plan B previu por meio do Twitter que o Bitcoin atingirá US$ 100 mil após o halving. À época, o CriptoFácil noticiou sobre a previsão feita pelo analista.

Felipe Escudero, do canal BitNada, falou com o CriptoFácil sobre a previsão de Plan B e sua possibilidade.

Stock to Flow e RSI

Em suas previsões, Plan B aponta duas métricas do mercado: Stock to Flow e RSI. RSI é a sigla em inglês para índice de força relativa, uma métrica de análise gráfica.

Stock to Flow (S2F) é um fundamento de análise que avalia a escassez de um ativo. É a razão de quanto há em estoque de um ativo sobre quanto dele é produzido ao ano. Consequentemente, é possível traçar um paralelo entre este fundamento e o Bitcoin.

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O gráfico abaixo mostra o RSI e o S2F em ação sobre o preço do BTC durante sua existência:

Segundo Plan B, a queda no RSI antes do halving é um bom sinal. Também no gráfico, é indicado que o S2F empurra o preço do BTC para US$ 100 mil.

Contudo, a situação pede um segundo ponto de vista. Desta forma, o CriptoFácil conversou com Felipe Escudero sobre as métricas, a fim e avaliar se há sentido na previsão de Plan B.

Segunda opinião

Felipe Escudero, do canal BitNada, começou apontando sobre os problemas da teoria de Plan B:

“O problema em puxar os dados dos últimos halvings, é que temos poucos dados relevantes. Apenas dois halvings aconteceram até agora. É uma amostragem muito pequena. Se tivéssemos 10, 15 ou 20 halvings para analisar, poderiamos ter dados mais consistentes. Seria a mesma coisa que eu afirmar que porque choveu ontem, vai chover hoje também. Ou seja: estatisticamente, dados de apenas dois halvings têm pouca validade.”

Escudero completa:

“Quanto à valorização do Bitcoin, os halvings já estão precificados. A curva de emissão do Bitcoin é previamente sabida e improvável de ser alterada. É um dado público: 21 milhões de unidades criadas até por volta do ano 2150.
Quando se estuda o Bitcoin, o controle da escassez é um dos fundamentos mais importantes. Por isso o BTC valorizou tanto nos últimos 11 anos.

Se pegarmos os dados históricos do índice BLX, vamos ver uma valorização exponencial do Bitcoin.
O primeiro halving aconteceu em 2012. Desde a sua negociação em bolsas até o primeiro evento (28 de novembro de 2012), tivemos uma valorização de mais de 122.000%.
https://www.tradingview.com/x/UJZsLqIC/

Obviamente os eventos de halving – que acontecem a cada 210 mil blocos – são extremamente relevantes. Mas previamente sabidos. O que pode nos levar a uma pré-precificação.”

Sobre o RSI

O trader e apresentador do canal BitNada falou ainda sobre o uso de RSI. Escudero explicou:

“O RSI (índice de força relativa) é um excelente indicador técnico. Mas a grande realidade é que o Bitcoin – ou qualquer ativo – não liga para o RSI. O que realmente importa são os movimentos que as pessoas fazem no mercado. Muitos traders usam o RSI como fonte de entrada ou saída no ativo por entenderem o conceito de “sobrecomprado e sobrevendido”. O que não faz muito sentido, já que o que faz um ativo subir é a oferta e demanda: Pessoas e instituições dispostas a pagar cada vez mais caro. Não tem nada a ver com fluxo, halving ou muito menos com RSI.”

Desta forma, o uso de RSI não faz tanto sentido, na visão de Escudero. Ele conclui:

“O que precisamos entender é que os fundamentos impactam no longo prazo. E estes fundamentos estão presentes desde o ‘ano zero’ do Bitcoin. As pessoas que encarteiram BTC o fazem por entenderem os fundamentos de descentralização, escassez, curva de inflação, transparência, entre outros. O Halving é parte dos fundamentos. Mas não é o evento do halving em si que vai fazer o ativo valer mais.”

Em outras palavras, com base no exposto, Escudero não acredita em uma alta estratosférica com base nas métricas utilizadas por Plan B.

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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