Fabrício Tota é gerente do setor de OTC da exchange Mercado Bitcoin, e está a par dos esforços de tokenização feitos pela exchange – por meio da plataforma de negociação de tokens MB Digital Assets. Após uma série de esforços anunciados na área de tokenização, parece que Tota e companhia descobriram o modelo de negócios para tokenizar ativos.
Durante o evento Meetup Talk Fintech e Investimentos, realizado em São Paulo no último dia 04, o gerente de OTC da Mercado Bitcoin foi um dos participantes e falou sobre planos da empresa para adentrar o setor de derivativos no varejo. O CriptoFácil conversou com Tota para entender mais sobre o que isso significa.
Em uma recente entrevista concedida ao Cointelegraph Brasil, Tota falou que está nos planos da Mercado Bitcoin lançar pelo menos 50 novos tokens em 2020, em oito áreas diferentes. Ao ser indagado pelo CriptoFácil quais seriam essas áreas, ele adiantou duas delas:
“Um dos ramos que já estamos prontos para entrar no curto prazo é o de cotas de consórcio excluídas. Para aqueles que não conseguiram pagar o consórcio até o fim, e isso acontece muito, trata-se de uma forma de negociar o restante do consórcio com um deságio. Dessa forma, quem se interessar pode comprar essas cotas tokenizadas e o consórcio segue até o fim.”
Tota acrescentou outra área de atuação que a Mercado Bitcoin pretende desbravar dentro de um curto prazo:
“Outra área que eu posso dividir que nós trabalharemos é a de direitos creditórios, como fluxo de caixa de uma empresa com capacidade de pagamento elevada. O cliente compra uma dívida que essa empresa tem com um fornecedor, por exemplo, e negocia na plataforma. Aos poucos nós estamos encontrando padrões do que é possível tokenizar, resolvendo problemas com isso.”
Em junho de 2019, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e outras instituições federais anunciaram o lançamento de um sandbox regulatório, tendo o superintendente da CVM Antonio Berwanger sobre a possibilidade da tokenização ser testada no sandbox.
Ao ser indagado se já existem conversas nesse sentido entre Mercado Bitcoin e instituições federais, Tota afirma:
“Sim, nós conversamos com diferentes entidades, como a Receita Federal, Banco Central, sempre trocando informações. Com a abertura do sandbox, nós participaremos sem dúvida, por esta ser uma iniciativa incrível que possibilita a criação de uma regulação positiva que fortalece o crescimento.”
O CriptoFácil questionou se seria este o momento para mostrar à autarquia que o mercado de criptoativos tem diversos esforços positivos, e não apenas os escândalos que ocorreram em 2019. Tota respondeu:
“Eu costumo dizer que o que aconteceu não é o mercado. As ofertas feitas não são o mercado de criptoativos, o mercado de criptoativos é caracterizado pelo trabalho que a Mercado Bitcoin e outras exchanges sérias fazem. Desta forma, é isso que vamos mostrar à CVM em uma eventual participação no sandbox, que os acontecimentos ruins ocorridos em 2019 nada têm a ver com o mercado.”
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