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Empresa de análise aponta que preço de petróleo apresentou mais volatilidade do que o Bitcoin

Para investidores do mercado tradicional (especialmente os céticos quanto ao seu potencial), o Bitcoin é sinônimo de ataques extremos de volatilidade dos preços e, por isso, não é um bom investimento. No entanto, nos últimos tempos, um ativo tornou-se mais arriscado do que o Bitcoin nesse quesito: o petróleo.

A volatilidade realizada, ou histórica, do preço do petróleo no West Texas Intermediate (WTI) ficou em 105,3% em 10 de fevereiro, depois de atingir 119,6% no final de janeiro – maior valor em quatro meses. Enquanto isso, a volatilidade histórica do Bitcoin caiu para 42,3% no mesmo período, o nível mais baixo desde setembro do ano passado. Os dados foram coletados pela empresa de análise Skew Markets.

A volatilidade histórica mede quanto os preços variaram no passado e é calculada a partir do desvio padrão dos movimentos diários de preços do preço futuro do primeiro mês, normalmente por um período de 30 dias. É declarada em termos anualizados.

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No entanto, o índice não mede a direção de preços, apenas nos diz como o preço do ativo está se desviando de sua média. Portanto, com o petróleo atualmente relatando uma volatilidade histórica mais alta que o Bitcoin, parece seguro dizer que o “ouro negro” recentemente foi mais volátil que o criptoativo.

A título de comparação, a volatilidade do WTI aumentou acentuadamente de 38,7% em 6 de janeiro para 119,6% em 27 de janeiro. A volatilidade do Bitcoin recuou de maneira constante de 66% para 42% nas últimas quatro semanas.

Já a volatilidade do índice de ações S&P 500 também aumentou na última semana de janeiro, ficando em 15,6% na quarta-feira, 20 de fevereiro. O indicador de volatilidade do ouro dobrou para 18% nos primeiros 10 dias de janeiro, antes de cair para 10% no início deste mês.

Geopolítica influenciou o preço do petróleo

O aumento da volatilidade do preço do petróleo ocorreu em grande parte devido a duas grandes notícias. Primeiro, foram os grandes movimentos de preços após o aumento das tensões entre os Estados Unidos e o Irã no início do ano. Em 3 de janeiro, os EUA atacaram uma base iraniana no Iraque, matando um alto comandante militar e injetando incerteza geopolítica nos mercados.

Como resultado, o WTI passou de US$61,00 para US$64,00 em apenas duas horas. Os preços subiram ainda mais, atingindo US$65,00 durante o horário comercial asiático em 8 de fevereiro (maior valor em meses), depois que o Irã retaliou atacando bases americanas no Iraque. No entanto, o medo de uma guerra total rapidamente desapareceu, levando os preços do petróleo para US$60,00 no mesmo dia.

A segunda notícia foi a epidemia de coronavírus na China, que teve um grande efeito no sentimento do mercado. O WTI registrou um mínimo de US$49,50 dólares duas semanas atrás, antes de recuperar parte das perdas. Até o momento, um barril de petróleo está custando cerca de US$54,40.

Enquanto o WTI testemunhou oscilações violentas em ambas as direções, o mercado de Bitcoin estava relativamente calmo, com um forte viés direcional. O criptoativo subiu de preço quase de forma linear, indo dos US$6.850,00 aos US$10.500,00 em seis semanas. Apesar da queda registrada na quinta-feira, 20 de fevereiro, não é de surpreender que a volatilidade histórica do Bitcoin seja menor que a do petróleo.

Olhando para o futuro, a volatilidade dos preços do Bitcoin pode aumentar à medida que as grandes investidores (endereços com saldos que variam de 1.000 a 10.000 Bitcoins), começarem a acumular moedas. Assim, é difícil dizer se o ouro digital manterá sua baixa volatilidade em relação ao ouro negro.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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