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Digital Currency Group fecha subsidiária de gestão de patrimônio devido ao ‘inverno cripto prolongado’

A crise parece não ter fim para o conglomerado de empresas de criptomoedas, Digital Currency Group (DGC), dono da corretora de ativos digitais Genesis e da gestora de ativos digitais Grayscale. De acordo com uma reportagem do The Information, o DCG teve que fechar a sua subsidiária de gestão de patrimônio HQ.

A HG geria capital para empreendedores e investidores, com mais de US$ 3,5 bilhões (R$ 18,5 bilhões) em ativos sob gestão. Conforme afirma a reportagem, os sócios da empresa teriam sido pegos de surpresa com a decisão.

“Devido ao estado do ambiente econômico mais amplo e ao inverno cripto prolongado, apresentando ventos contrários significativos ao setor, tomamos a decisão de encerrar a sede”, disse a empresa. “Estamos orgulhosos do trabalho que a equipe fez, por isso, esperamos revisitar o projeto no futuro”.

Genesis anuncia onda de demissões

A notícia do fim da HQ chega no mesmo dia em que a Genesis anunciou uma onda de demissões de 30% de sua equipe. Além disso, conforme noticiou o CriptoFácil, a Genesis não descarta a possibilidade de apresentar um pedido de recuperação judicial.

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A crise do DCG e de suas subsidiárias teve início com a insolvência do fundo de hedge Three Arrows Capital (3AC). E foi intensificada pelo colapso da exchange de criptomoedas FTX em novembro do ano passado.

Em uma carta aos acionistas em novembro, o DCG disse dever um empréstimo de US$ 575 milhões e uma nota promissória de US$ 1,1 bilhão à Genesis Global Capital, o braço de empréstimos da Genesis Global Trading. A Genesis Global Capital suspendeu resgates e novas originações de empréstimos no mês de novembro.

DCG sofre acusações da Gemini e da 3AC

Mas não parou por aí. No dia 2 de janeiro, o empresário cripto Cameron Winklevoss, cofundador da exchange Gemini, publicou uma carta aberta à Barry Silbert, do DCG. Winklevoss acusou Silbert de usar “táticas de má-fé” ao resolver uma disputa entre as duas empresas desencadeada pelo colapso da FTX.

A disputa em questão envolvia o produto de empréstimo Earn da Gemini. Em novembro de 2022, a Gemini precisou interromper os resgates do Earn porque a Genesis Global Capital, parceira do negócio, teve que interromper as retiradas e novas originações de empréstimos. Na carta aberta, Winklevoss disse que a Genesis deve US$ 900 milhões aos clientes da Gemini.

“Nas últimas seis semanas, fizemos todo o possível para nos envolvermos com você de boa-fé e de maneira colaborativa, a fim de chegar a uma resolução consensual para que você pague os US$ 900 milhões devidos, ajudando-o a preservar seus negócios”, escreveu Winklevoss. “Mas agora está ficando claro que você tem se engajado em táticas de má-fé.”

Ainda na carta, Winklevoss pediu a Silbert que se comprometa a trabalhar junto com a Gemini para resolver isso até 8 de janeiro.

Depois, foi a vez de Zhu Su, fundador da 3AC, acusar o DCG de conspirar com a FTX para derrubar o preço dos tokens LUNA e stETH. Isso foi possível porque, segundo Su, o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried, estava no conselho da Genesis. E foi a Genesis que, mais tarde, concedeu o primeiro empréstimo garantido pelos tokens FTT.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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