Deu gato no blockchain da Ethereum

No jargão popular quando tem um “gato” significa que algo tem algum problema. “Fazer um gato”, significar dar um jeito de resolver um problema de uma forma não tradicional. Coitado do felino, que é usado como gíria para as maiores gambiarras do mundo. Agora, também no mundo cripto, um GATO, na verdade milhares, estão revelando grande problema para a Ethereum, a segunda maior criptomoeda por valor de mercado do mundo.

CryptoKitties é um jogo virtual que permite aos jogadores coletar e criar gatos digitais, nós já falamos deles aqui. Lançado no dia 28 de novembro, os gatinhos criptográficos personalizados viraram febre no mundo cripto, e, já geraram mais de US$ 12 milhões em vendas e um grande fluxo de transações na blockchain da Ethereum (o CryptoKitties é um token ERC-20), trazendo a tona, novamente, um dos grandes problemas da blockchain – a escalabilidade.

Só para lembrar, o problema da escala na blockchain, foi, segundo os desenvolvedores, o principal fator para o Fork “inaugural” na Blockchain Core do Bitcoin e que gerou o Bitcoin Cash, também é ao argumento utilizado para os forks posteriores (um pouco obscuros, como noticiamos aqui). No entanto, até o momento, não há, em Blockchain, uma solução definitiva para o problema na escala. Diversos projetos como a Lightining Network pretendem resolver isso, além de outras criptos como o próprio Bitcoin Cash, Ripple, IOTA, Cardano, entre outras, tem soluções próprias, em blockchain ou com novas propostas de Ledger, para mostrar que é possível escalar o mundo em cripto.

Deu ruim

Voltando aos gatos, o CryptoKitties tornou-se rapidamente o contrato inteligente mais popular da Ethereum e já representa mais de  15% das transações de rede total  e praticamente dominou sozinho a rede o que tem interferido em toda a escala da rede, o que significa que os problemas que surgem da rede Ethereum estão relacionados a um algoritmo de consenso ineficiente. É muito difícil e requer muito trabalho para mover a informação (ou, neste caso, os gatinhos virtuais) e, assim, o custo e o tempo necessários para conduzir essas transferências de gatinho ficaram fora de controle.

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A rede Ethereum é projetada para armazenar todos os dados dentro de uma blockchain, o que significa que o crescimento acelerado de um aplicativo adiciona uma quantidade exponencial de dados à carga de armazenamento da cadeia. À medida que mais desenvolvedores começam a criar aplicativos em Ethereum, e mais dados são armazenados no protocolo, as crescentes demandas de armazenamento na cadeia continuarão a obstruir a rede e reduzirão os tempos de transação. Curiosamente, o crescimento rápido está se tornando uma espada de dois gumes.

Independentemente da mania do gato falhar ou não, a explosão do CryptoKitties revelou uma fraqueza no ecossistema Ethereum, que os desenvolvedores não podem ignorar. À medida que a tecnologia blockchain cresce no reconhecimento de usuários e na adoção empresarial, o congestionamento da rede pode se tornar um problema persistente.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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