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Desenvolvedor do Bitcoin reativa plano para proteger carteiras contra roubos

Nesta quarta-feira, 07 de agosto, o colaborador do Bitcoin core e consultor de criptoativos Bryan Bishop enviou um projeto para os desenvolvedores que pode mudar a forma de proteção de carteiras contra possíveis roubos.

De acordo com a matéria da Coindesk, o projeto não é novo. Malte Möser, Ittay Eyal e Emin Gün Sirer propuseram esse recurso, conhecido como “cofres”, ainda em 2016 como uma maneira de melhor proteger o Bitcoin. Porém, a proposta exigia um hard fork da base de código do protocolo – algo que nunca aconteceu.

Três anos depois, Bishop afirmou que é capaz de implementar uma proposta semelhante e que dispensa a necessidade de uma divisão forçada da rede.

Solução de cofre

Basicamente, a proposta é que alguém que utiliza o Bitcoin como uma reserva de valor poderia colocá-lo em armazenamento offline com um código que diz que os Bitcoins podem ser gastos, mas não imediatamente. O proprietário pode definir um atraso de tempo pré-determinado em qualquer tentativa de mover as criptomoedas.

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O fato de ter um atraso embutido no sistema daria ao verdadeiro dono tempo para reverter uma transação feita sem a sua autorização, caso suas informações pessoais tivessem sido comprometidas e alguém tentasse roubar sua carteira.

Em um e-mail intitulado “Cofres de Bitcoin práticos com mecanismos de recuperação de roubos”, Bishop escreve:

“Os cofres são particularmente interessantes como mecanismo de segurança de armazenamento fracionado de bitcoin porque permitem um período de atraso publicamente observável durante o qual um usuário pode ser alertado por uma ‘torre de vigia’que um ladrão pode estar roubando suas moedas.”

Dispositivo de interrupção

Sob a proposta de Bishop, se um “período de desbloqueio” fosse iniciado, um proprietário poderia escolher reagir ou não reagir.

Se o proprietário dos bitcoins tivesse iniciado a transação, bastaria não reagir ao aviso, porque ele (ou ela) realmente queriam mover os bitcoins da carteira. Mas se fosse uma transação maliciosa, o legítimo proprietário poderia usar outra transação pré-determinada para forçar os bitcoins a voltarem para a carteira offline, com o mesmo atraso de tempo.

Em seu email, Bishop escreve:

“A ideia é ter uma sequência de transações pré-assinadas e geradas de uma determinada maneira. Os componentes básicos são uma transação de compartimentação que bloqueia moedas em um cofre, uma transação de gastos atrasados, que é a única maneira de gastar de um cofre, e uma transação de retorno que pode recuperar/retirar moedas da transação de gasto atrasado.”

A proposta de Bishop também tem várias opções que abordam outros cenários, para usuários mais sofisticados.

“A maneira como estou olhando para isso é que há muitas pessoas e muitas exchanges que claramente não podem garantir a segurança das suas chaves. Nós vimos roubo após roubo. Ter a capacidade de revogar ou desfazer uma transação, mesmo nesse ambiente restrito, pode ser bastante valioso.”

A solução pode ser um grande alento para um ano marcado por ataques nas principais exchanges do mundo, como a Binance e a Bithumb, que geraram milhões de dólares em perdas.

“Eu não me arriscaria a dizer que essa solução resolve o problema de roubo”, acrescentou Bishop. “Essa é uma afirmação muito forte. Mas a ferramenta é muito importante para prevenir esses ataques.”

Sem hard fork

Bishop garantiu que sua proposta não exigiria qualquer tipo de hard fork, como a proposta anterior fez. Ele depende de funções de bloqueio de tempo que já estão embutidas no código do Bitcoin.

No entanto, o software desse sistema ainda não está escrito. Antes de disponibilizar esse código para o público, Bishop precisa obter feedback de outros desenvolvedores, escrevê-lo e testá-lo completamente. Esse processo pode levar semanas, meses ou até anos para ser concluído.

Durante essa troca de ideias com outros desenvolvedores, as questões sobre como tornar a segurança mais complexa provavelmente serão revisadas. Quando a proposta anterior surgiu em 2016, um desenvolvedor observou que a mesma era complexa, pois colocava nas mãos do usuário de Bitcoin mais dados que eles precisariam proteger.

Por outro lado, uma vez que a abordagem não requer mudanças no nível do protocolo, os usuários poderão escolher se utilizam ou não a proposta.

E Bishop está ciente de que sua estratégia impõe novas responsabilidades aos usuários. Se for construído, seu conceito também precisará ser entregue, disse ele, com uma certa quantidade de material de educação pública, sobre como proteger essas novas ferramentas, práticas de segurança e assim por diante.

No entanto, quando estiver pronto, o desenvolvedor disse que ele estará disponível gratuitamente para qualquer detentor de bitcoin que queira usá-lo. Bishop foi além e disse que provavelmente garantirá a segurança de boa parte dos seus bitcoins, assim que o software estiver pronto.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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