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Desenvolvedor do Bitcoin cria proposta para proteger chaves privadas de fraude

Há uma frase famosa no universo de criptomoedas: “not your keys, not your Bitcoins”, ou seja, se você não é o dono de sua chave privada e seus Bitcoins estão em um serviço de terceiros (como exchanges, wallets privadas, serviços de custódia, entre outros), você não é “dono” de seu Bitcoin, já que o detentor da chave privada é outra pessoa.

Este fato tem sido um grande impeditivo para que novas pessoas possam aderir à principal criptomoeda do mercado e, mesmo entre investidores atuais, menos de 10% faz a gestão de suas chaves privadas.

Porém, a proposta do desenvolvedor do Bitcoin Core, Bryan Bishop, pretende ajudar a tonar a gestão de chaves privadas mais simples e sem a necessidade de um serviço de terceiros. A criação de um protocolo de “cofre” de Bitcoin é uma ideia que existe desde 2016 e, como teria que ser implementada por um hard fork, o projeto nunca chegou a ser concretizado.

Entretanto, Bishop conseguiu desenvolver um código que agora pode ser implementado de forma “suave”, isto é, sem a necessidade de um consenso, por meio de um “soft fork”, como o Segwit.

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“As pessoas não são boas em proteger suas chaves. Desde que possamos escrever um software melhor e proteger o Bitcoin com mais segurança, isso é uma vitória”, disse Bishop

A propostas básica é armazenar o Bitcoin em uma cadeia de uma maneira particularmente segura que permita a recuperação de erros de segurança. Hoje, se alguém obtiver a chave privada de outra pessoa, não haverá recurso que impeça ela de transferir os fundos para onde desejar. Em vez disso, os cofres, como proposto por Bishop, oferecem um plano B. Se a sua segurança falhar de alguma forma, existe um mecanismo de recuperação.

Os usuários desses tipos de cofres podem, por exemplo, efetivamente limitar a quantidade de Bitcoin que pode ser transferido da wallet. Assim, o BTC armazenado seria dividido em uma série do que Bishop chama de “fragmentos” que só podem ser liberados um de cada vez, em um intervalo predefinido.

A proposta também usa algo chamado “torre de vigia” que supervisiona os cofres. Desta forma, toda vez que um fragmento BTC é movido, uma notificação é enviada ao proprietário. Se a tentativa de transferir Bitcoin não tiver sido autorizada, o usuário poderá acionar uma transação assinada que mobilizará o dinheiro para uma carteira fria, fora da cadeia, antes que o Bitcoin seja desbloqueado para uso pelo invasor. Em outro exemplo, sob certas condições, a torre de vigia poderia pular a etapa de notificação e simplesmente iniciar a mudança para a carteira fria.

Bishop não é a única pessoa que trabalha com cofres para a base de código existente do Bitcoin. Outro desenvolvedor que vem trabalhando em uma solução similar é Kevin Loaec, da Chainsmiths.

“É um nível totalmente diferente das carteiras de assinaturas múltiplas usadas pela maioria”, escreveu Loaec em um e-mail. Chainsmiths chama o produto de “Revault” e espera arrecadar dinheiro para o projeto.

Enquanto isso, Bob McElrath, ex-Fidelity, está trabalhando em uma implementação semelhante com vários colaboradores. Ele garante que o projeto será descrito em breve em documentos acadêmicos:

“Esse tipo de carteira é terrivelmente complexo. Tendo ao menos três carteiras diferentes: uma carteira ‘ativa’, usada para enviar e receber, um cofre, armazenamento cronometrado e uma carteira de ‘recuperação’, para destinar os fundos em caso de ataque”, destacou.

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Luciano Rodrigues

Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.

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