O Reserve Bank of Zimbabwe (RBZ), banco central do país, suspendeu todos os pagamentos digitais no país. A Bolsa de Valores do Zimbábue também teve que interromper suas negociações. A medida foi anunciada no Twitter da instituição no dia 27 de março.
O governo alega que a medida tem como objetivo evitar uma conspiração para sabotar o dólar do Zimbábue. A moeda atualmente encontra-se em colapso por causa da alta inflação local. Porém, ela causou um grande impacto na população local.
Isso porque milhões de cidadãos dependem de operadores de pagamento digital, pois obter dinheiro físico é muito difícil. Uma das empresas impactadas foi a Ecocash, comumente usada pelos zimbabuanos para comprar Bitcoin.
Em resposta, a Ecocash prometeu desafiar a proibição. Ele afirma que apenas o banco central do Zimbábue pode ordenar que ele pare de negociar. Enquanto isso, a demanda por Bitcoin disparou no país após a suspensão. Segundo o portal africano Bitcoinke, o preço do criptoativo está cotado 18% acima da taxa de mercado.
A notícia é um retrocesso para o mercado como um todo. Em março, o RBZ se preparava para regulamentar os criptoativos. Na época, o país afirmou que “os criptoativos já são uma realidade”.
O dólar do Zimbábue, ou Zimdollar, ficou conhecido na década passada pela nota de 100 trilhões de dólares. Entre 2007 e 2008, o país experimentou a segunda pior hiperinflação da história, de acordo com uma tabela elaborada pelo Cato Institute.
Após o colapso, o dólar local foi substituído por uma cesta de moedas nacionais, incluindo o iene japonês, o dólar americano e a libra esterlina. Porém, o governo proibiu o uso doméstico de moedas estrangeiras recentemente e reintroduziu a antiga moeda. Esta é a quinta vez na história do Zimbábue que sua moeda nacional entra em colapso.
Enquanto isso, a inflação já está acima de 750%. Com isso, os cidadãos correram em busca de refúgios, o que fez disparar o mercado de ações local e também a busca pelo Bitcoin.
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