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Criptomoedas alimentam crime organizado na América Latina, revela relatório

As organizações criminosas estão cada vez mais usando criptomoedas para alimentar seus empreendimentos ilegais na América Latina. É o que afirma um novo relatório da empresa de inteligência Intsights.

O documento, intitulado “O lado negro da América Latina”, fez uma análise do cenário de ameaças nessa região, definido pela dinâmica geopolítica, corrupção do governo, crime organizado e ataques persistentes à indústrias.

De acordo com relatório, um dos motivos para o aumento da lavagem de dinheiro na América Latina foi a grande crise econômica. Os países dessa porção continental estão no topo da lista de lavagem de dinheiro e suas trocas de criptomoedas não estão utilizando os regulamentos de segurança KYC (Conheça seu cliente) e AML (antilavagem de dinheiro). 

Hackers e grupos de crime organizado sofisticados

Os pesquisadores do Insight trabalharam em parceria com a empresa de segurança blockchain CipherTrace e a Scitum que é focada na América Latina. Juntos, descobriram que a grande maioria dos países dessa região falha no que diz respeito à imposição de regulamentos sobre as exchanges. 

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Um trecho do relatório diz:

“A América Latina possui alguns dos hackers e grupos de crime organizado mais sofisticados do mundo, mas as equipes de segurança corporativa sem presença na região geralmente ignoram isso.”

Os pesquisadores estimam que, depois que as criptomoedas saem das exchanges, cerca de 97% delas acabam em países que têm regulamentos KYC/AML extremamente fracos. As economias latino-americanas são o principal destino dos ativos. 

O relatório cita que digitalização rápida e a ampla adoção da tecnologia digital como fatores que tornam a América Latina um alvo fácil para o cibercrime. 

“Em 2019, havia 453,7 milhões de usuários de internet na América Latina – cerca de 69% da população total, com o Brasil e da Colômbia representando a grande maioria. Uma pesquisa global sobre o tempo de tela classifica o Brasil e a Colômbia em segundo e quarto, respectivamente”.

Outro ponto importante abordado no relatório é o fato de a América Latina não possuir grupos de Ameaça Persistente Avançada (APT) patrocinada pelo Estado. A região apenas concentrar esforços em estabilidade, crescimento econômico, defesa nacional e combate ao crime organizado. Isso foi o que criou um ambiente propício para hackers com motivação financeira, fraudadores persistentes e até cartéis de drogas que trabalham com criminosos cibernéticos.

Brasil lidera esforço para regular proteção de dados

Segundo os pesquisadores, na maior parte dos países da América Latina a legislação sobre privacidade de dados também está atrasada. No entanto, o Brasil lidera o esforço para regular o setor, já tendo promulgado mais de 40 regulamentos diferentes de privacidade de dados. Além disso, está consolidando esses regulamentos na Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), prevista para ser implementada em agosto de 2020.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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