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Criptoativos e arte: o surgimento de um mercado alternativo e eclético

Mercados aparentemente tão distintos como o das arte e dos criptoativos poderiam ter algo em comum? Não só poderiam, como de fato possuem muito em comum.

Ao longo do século passado, vimos movimentos artísticos como o cubismo e a partir do início do século XX, as portas se abriram para outros movimentos: o surrealismo, o abstrato, o impressionismo e até a pop art.

Agora, estamos entrando em uma nova fase, que funde arte com criptoativos, para criar exposições híbridas com nomes como o “Bitcoin Art (r) Evolution”, na França.

Venda de arte com criptoativos

O modernismo na arte denota uma rejeição de convenções e um compromisso com a inovação radical. No século XX, os movimentos da arte moderna foram alimentados pela crença de que a sociedade humana avançaria através da disseminação da democracia, do capitalismo e da inovação tecnológica.

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Tais crenças se encaixam também no mercado de criptoativos. O Bitcoin tem características de liberdade, como a capacidade de descentralização e conceder acesso igual ao financiamento. Além disso, ele trouxe uma série de inovações tecnológicas, como a escassez digital e a existência de um banco de dados praticamente inviolável.

Movimentos como o fauvismo, o futurismo, o construtivismo, o suprematismo, o stijl e o movimento de arte britânico, o vorticismo, desempenharam um papel enorme na expressão criativa. Além dos “ismos” e dos jargões, está a crença de que qualquer um pode criar ou apreciar uma boa arte. A arte é uma representação visual dos revolucionários da nova era, não apenas para os segmentos de elite e educados da sociedade.

Não é surpresa, portanto, que os artistas utilizem criptoativos para comprar, vender e criar arte. Para artistas e colecionadores, é fundamental entender as tendências atuais que impulsionam o mercado. Criptomoedas, e o mundo que as gerou infundiram produtos e lentamente invadiram a cultura pop – e a remodelaram à sua imagem. O fenômeno dos CryptoKitties, criados na blockchain do Ethereum, é um claro exemplo disso.

Há um número de galerias de arte independentes que agora embarcam no trem dos criptoativos. Em uma galeria de arte de Londres, uma parte do trabalho de Andy Warhol de 1980, “14 Pequenas Cadeiras Elétricas”, foi vendido como propriedade fracionada usando criptomoedas.

Em Cingapura, um colecionador chamado Joe Nash está vendendo parte de sua coleção de arte australiana através da Visionairs Gallery, que também aceita criptomoedas. A galeria de arte Lynx Art Collection, na Flórida, também está aceitando pagamentos em Bitcoin. Plataformas como o Mecenas, que afirma ser “a primeira plataforma blockchain aberta que democratiza o acesso à arte”, contribuem para quem cada vez mais obras de arte sejam vendidas através dessa tecnologia.

Na França, um grupo de artistas internacionais realizou uma exposição de arte criptografada para comemorar seu aniversário. Apelidado de “Bitcoin Art (r)Evolution”, o objetivo era mostrar “o potencial das criptomoedas através do simbolismo e da prática” e “ilustrar a gênese dessa revolução digital”.

Outra reviravolta interessante para o mundo da arte envolve artistas aspirantes que submetem arte em troca de tokens. Por exemplo, o Experimento Escaravelho, criado em 2014, é um coletivo que utiliza processamento de imagens de inteligência artificial para formar uma única obra de arte a partir de mil envios feitos de maneira individual. É a descentralização contribuindo para a criação multifacetada da arte.

O “Banksy” dos criptoativos

Além da venda e patrocínio de obras de arte, existem artistas que usam criptoativos como assunto e inspiração por trás de suas criações. No Reino Unido, um artista que utiliza o pseudônimo Aktiv Protesk e atua em Manchester, faz parte de uma nova onda de artistas que usa criptomoedas. Apelidado de “Banksy do mundo das criptomoedas”, Protesk confia no Bitcoin e no Ether (ETH) para vender sua arte.

Recentemente, no meio dos protestos de coletes amarelos em Paris, um popular artista de rua chamado Pascal Boyart, conhecido como Pboy, criou uma representação visual do drama que se desenrolava na França. A pintura também apresenta um quebra-cabeça contendo 0,28 BTC para quem pode resolver o mistério.

O mundo da arte está adotando rapidamente os criptoativos e o movimento ganha cada vez mais força. Seja através de pinturas a óleo, esculturas, artes de rua, grafites, artes visuais e performáticas ou outras mídias mistas, a arte e os criptoativos continuam a mostrar o quanto possuem em comum.

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Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

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