Segurança

Crimes com criptomoedas movimentaram US$ 24 bilhões em 2023, diz Chainalysis

Um relatório recente da Chainalysis revelou que 2023 registrou uma queda significativa no valor recebido por endereços ilícitos de criptomoedas.

Em termos práticos, os crimes com criptomoedas totalizaram pelo menos US$ 24,2 bilhões no ano passado. O valor total é quase 40% inferior ao de 2022, mas o número de 2023 deverá aumentar à medida que a empresa identificar mais endereços como ilícitos ao longo do tempo.

A Chainalysis também ponderou que as transações com entidades sancionadas representaram um volume combinado de US$ 14,9 bilhões (61,5%) em 2023. Esse valor inclui transações de usuários comuns de criptomoedas que vivem em jurisdições sancionadas.

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O relatório da Chainalysis também inclui US$ 8,7 bilhões em reivindicações de credores contra a exchange “falida” FTX.

“Normalmente, incluímos apenas atividades mensuráveis ​​na rede em nossas estimativas de atividades ilícitas”, disse a empresa. “Mas, dado o tamanho e o impacto da situação da FTX, estamos tratando-a como uma exceção à nossa metodologia habitual.”

Crimes com criptomoedas em 2023

De acordo com o relatório, está havendo uma mudança nos tipos de ativos envolvidos em crimes com criptomoedas. Ao longo de 2021, o Bitcoin reinou supremo como a criptomoeda preferida dos cibercriminosos. Mas isso mudou nos últimos dois anos, com as stablecoins agora representando a maior parte de todo o volume de transações ilícitas.

Contudo, a Chainalysis destacou que algumas formas de atividade ilícita com criptomoedas, como vendas no mercado darknet e extorsão de ransomware, ainda ocorrem predominantemente em Bitcoin. Enquanto isso, golpes e transações associadas a entidades sancionadas, mudaram para stablecoins.

“Essas também são as maiores formas de crime com criptomoedas em volume de transações, impulsionando assim a tendência mais ampla”, disse.

Ainda segundo a empresa, as entidades sancionadas, bem como aquelas que operam em jurisdições sancionadas ou envolvidas com financiamento do terrorismo, também têm mais incentivo para usar stablecoins. Isso porque podem enfrentar mais desafios para acessar o dólar americano através de meios tradicionais.

No entanto, a Chainalysis ponderou que os emissores de stablecoins podem congelar fundos quando tomarem conhecimento de seu uso ilícito. A Tether (USDT), por exemplo, fez isso recentemente com endereços ligados ao terrorismo e à guerra em Israel e na Ucrânia.

Golpes e fundos roubados em criptomoedas

As receitas de fraudes com criptomoedas e hackers também caíram em 2023 para 29,2% e 54,3%, respectivamente.

O declínio nos fundos roubados é impulsionado em grande parte por uma queda acentuada dos ataques hackers em DeFi. Essa queda, segundo a empresa, pode representar a reversão de uma tendência de longo prazo e pode significar que os protocolos DeFi estão melhorando suas práticas de segurança.

“Dito isso, as métricas de fundos roubados são fortemente orientadas por valores atípicos, e um grande hack poderia mudar novamente a tendência”, ressaltou.

Atividade do mercado de ransomware e darknet

Os mercados de ransomware e darknet, por outro lado, são duas das formas mais proeminentes de crimes com  criptomoedas que viram as receitas aumentar em 2023.

De acordo com o levantamento, o crescimento da receita de ransomware em 2023 ocorre após quedas acentuadas no ano passado. Os números sugerem que talvez os invasores de ransomware tenham se adaptado às melhorias de segurança cibernética das organizações.

Da mesma forma, o crescimento na receita do mercado darknet também ocorre após um declínio de receita em 2022. Esse declínio teve como pano de fundo o encerramento da Hydra, que já foi o mercado mais dominante do mundo.

Transações com entidades sancionadas

Por fim, o relatório abordou as transações com entidades sancionadas que se destacaram no ano passado. As entidades e jurisdições sancionadas representaram, em conjunto, um volume combinado de transações no valor de US$ 14,9 bilhões em 2023. Isso representa 61,5% de todo o volume de transações ilícitas no ano.

A maior parte desse total é impulsionada por serviços de criptomoeda que foram sancionados pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA, ou estão localizados em jurisdições sancionadas e podem continuar a operar. Afinal, estão em jurisdições onde as sanções dos EUA são se aplicam.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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