Economia

Credit Suisse: ações despencam e negociações param após acionista negar financiamento

A crise bancária parece não ter fim. As ações do Credit Suisse Group AG, banco suíço de investimento e provedor de serviços financeiros com sede em Zurique, Suíça, despencaram nesta quarta-feira (15).

Isso ocorreu após o acionista principal do banco afirmar que não forneceria mais capital ao banco. Após uma queda de mais de 20% nas ações, que atingiram o seu valor mínimo histórico de 1,73 francos suíços, as negociações foram interrompidas.

Conforme dito antes, a queda ocorreu após o presidente do Banco Nacional Saudita (SNB), que comprou uma participação de 10% no Credit Suisse no ano passado, descartar a possibilidade de fornecer mais assistência financeira ao banco.

“Não podemos porque iríamos acima de 10%. É uma questão regulatória”, disse o presidente do SNB, Ammar Al Khudairy, à Reuters.

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A aparente crise do Credit Suisse coloca ainda mais pressão sobre o sistema bancário global, que ainda tenta se recuperar da crise que fechou três bancos pró-criptomoedas: o Silvergate, o Silicon Valley Bank e o Signature Bank.

“O Credit Suisse é um caso isolado”, disse Charles-Henry Monchau, diretor de investimentos do Syz Bank. “Mas os bancos na Europa, por causa da pressão regulatória, tiveram que carregar títulos de rendimento negativo no pior momento. E agora estão enfrentando grandes perdas não realizadas no balanço. Nesse sentido, o mercado está questionando se a Europa pode ver o mesmo problema que os Estados Unidos.”

Crise no Credit Suisse

A queda das ações do banco suíço resultou em uma liquidação mais ampla nas ações dos bancos europeus. As ações do BNP Paribas, por exemplo, caíram 11%, as do Société Générale recuaram 12% e as do Deutsche Bank 8%.

Vale ressaltar que na terça-feira (14), o Credit Suisse havia revelado que o seu auditor, PwC, identificou “fraquezas materiais” em seus controles de relatórios financeiros. Por isso, a Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos, a SEC, forçou o banco a adiar a publicação de seu relatório anual ao pedir mais clareza sobre as falhas nos controles internos do banco que a PwC identificou.

Questionado pela Bloomberg TV se o SNB estaria aberto a fornecer mais capital ao Credit Suisse se houvesse um pedido de liquidez adicional, o presidente do SNB disse:

“A resposta é absolutamente não, por muitas razões além da razão mais simples que é regulatória e estatutária.”

De acordo com o presidente do Credit Suisse, Axel Lehmann, o banco tem “fortes índices de capital” e um “balanço muito forte”.

As ações do Credit Suisse caíram 35% este ano e 84% nos últimos dois anos.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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