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Coronavírus derruba venda de mineradores na China

Como já havia adiantado o CriptoFácil, o surto de Coronavírus na China está impactando a indústria de mineração de Bitcoin e pode derrubar o hashrate caso a epidemia não seja controlada. Além de fazendas de mineração sendo temporariamente encerradas por conta do isolamento imposto pelas autoridades em certos locais para evitar contágios, agora a venda de ASIC (sigla em inglês para Circuito Integrado de Aplicação Específica) está sendo prejudicada.

“Depois de esperar muito tempo pelo halving, minha loja não pôde abrir. Ninguém está comprando mais nada, apenas comida, máscaras respiratórias e produtos de limpeza”, relatou em grupos no WeChat uma fornecedora de equipamentos de mineração em Huaqiang North – a principal rua de eletrônicos da China e o maior centro de distribuição de plataformas de mineração do mundo.

Além da falta de procura, segundo a fornecedora, que pediu para não ser identificada, a Huaqiang North é um centro comercial ao estilo “Santa Efigênia (SP)”, com inúmeras lojas espalhadas por ruas dentro de um bairro e, devido a aglomeração de gente no local, para reduzir os riscos de contágio com o Coronavírus, as autoridades municipais não permitem que as lojas abram, pelo menos até o dia 18 de fevereiro.

“Antes estava agendado para ser liberado em 10 de fevereiro, mas depois foi adiado para 18 de fevereiro. E não sei se haverá mudanças”, destaca a mesma fornecedora. Ela disse também que, agora, mesmo que o mercado seja aberto, não será possível atender os clientes:  “Agora só podemos negociar com clientes regulares, pois a logística e a entrega serão atrasadas, e novos clientes não ousam ir à loja para perguntar, pois têm medo de serem infectados”, disse.

Huaqiang North não é o único centro comercial afetado pelo surto de coronavírus, já que os profissionais de toda a cadeia da indústria de mineração de Bitcoin, desde fabricantes e revendedores de máquinas de mineração até mineradoras na China, estão sendo impactados em maior ou menor grau pelo surto.

Na semana passada, Jiang Zhuo’er, fundador do pool de mineração LTC.Top, postou um weibo (equivalente a um tweet, na China), reclamando que uma de suas fazendas de mineração em áreas rurais remotas em Xinjiang havia sido forçada a desligar  por conta de uma quarentena imposta pela polícia local. Os controles estão se tornando ainda mais rígidos na medida em que as mortes na China aumentam.

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Atualmente, as principais fazendas de mineração de Bitcoin na China estão localizadas em províncias como Sichuan, Yunnan, Mongólia Interior e Xinjiang. Caso a situação da epidemia se torne mais grave em Sichuan, as fazendas de mineração locais sofrerão perdas, inevitavelmente (já há mortes confirmadas em Sichuan).

Outro problema com a região é que mineradores já relatam que não vão conseguir ampliar as plantas para a estação das chuvas já que para isso precisam de funcionários novos do setor de construção e, com o medo do contágio e das restrições, isso já está descartado.

As grandes fabricantes de ASIC, Bitmain, Canaan e Whatsminer, já anunciaram que vão adiar a produção, entrega e pós-venda de máquinas de mineração de criptomoedas por causa do vírus.

Xiaojun Fan, diretor de vendas da Bitmain, recentemente deixou claro para a mídia que a entrega dos principais fabricantes de máquinas de mineração pode ser adiada. Isso porque, agora, a maioria das equipes não pode voltar ao trabalho a tempo, o que atrasará a entrega de chips, cadeias de suprimentos e materiais devido ao controle criado para conter a disseminação do coronavírus.

Além do Coronavírus, o cenário ‘pos-halving’ não é tão positivo para os mineradores de Bitcoin, que, sem esperar, passaram a sofrer com a epidemia. Caso o preço do Bitcoin não fique acima de US$ 18 mil, segundo analistas, isso levará mineradores menores a desligarem seus equipamentos para reduzir as perdas, pois a recompensa de mineração será reduzida.

Leia também: Coronavírus: crise derruba bolsas enquanto afirma o Bitcoin como reserva de valor

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Luciano Rodrigues

Jornalista, assessor de comunicação e escritor. Escreve também sobre cinema, séries, quadrinhos, já publicou dois livros independentes e tem buscado aprender mais sobre criptomoedas, o suficiente para poder compartilhar o conhecimento.

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