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Computação quântica não vai quebrar as criptomoedas, aponta colunista da Forbes

Uma das principais preocupações da comunidade de criptomoedas é que a computação quântica possa quebrar a criptografia por trás dos ativos digitais e pôr em risco as chaves privadas.

Entretanto, para Roger Huang, colunista da Forbes e analista de criptomoedas isso não irá acontecer.

Em uma matéria publicada na segunda-feira (21) ele explica por quê.

Computação Quântica

Conforme explicou Huang, embora exista essa impressão, os computadores quânticos não são universalmente melhores do que os clássicos.

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“Um computador quântico precisa ter um desempenho melhor em alguma tarefa trivial e minuciosa (…) Isso significa que temos que nos restringir a uma função na qual os computadores quânticos possam ser melhores, o que afetaria materialmente as criptomoedas ou a criptografia em que são construídas, para que a ‘supremacia quântica’ importe”, observou.

Algoritmo de Shor

Huang citou especificamente o Algoritmo de Shor como sendo capaz de quebrar a criptografia da família RSA. Isso porque ele possui uma propriedade capaz de fatorar grandes números primos. 

“O algoritmo de Shor funciona em teoria com um computador quântico suficientemente grande. Portanto, é uma preocupação prática que, eventualmente, o algoritmo de Shor possa entrar em ação. E, entre outras coisas, a criptografia RSA pode ser quebrada”, detalhou.

Nesse sentido, ele informou que o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia dos Estados Unidos (NIST) já começou a reunir propostas para criptografia pós-quântica.

Trata-se de uma criptografia que não poderá ser quebrada mesmo por computadores quânticos maiores do que os que atualmente podem ser construídos.

O NIST estima que computadores quânticos capazes de interromper a criptografia clássica chegarão nos próximos 20 anos.

Impacto dos computadores quânticos nas criptomoedas

Segundo Huang, o Bitcoin não seria um dos primeiros a cair se a criptografia clássica fosse quebrada. No entanto, segundo ele, um soft fork pode ser suficiente para ajudar a mover criptoativos de chaves inseguras para a criptografia pós-quântica segura.

“Mesmo uma implementação eficiente do Algoritmo de Shor pode não quebrar alguns dos padrões de criptografia usados ​​no Bitcoin”, observou.

O analista ainda ponderou que, embora os computadores quânticos possam ser capazes de quebrar determinadas criptografias, ainda seria necessário encontrar as chaves públicas de alguém para concluir um ataque.

“Com a reutilização de carteira de criptomoeda sendo desaprovada e um incentivo geral de boas práticas de privacidade, a probabilidade desse ataque já está sendo reduzida”, pontuou.

Algoritmo de Grover

Outro algoritmo citado por Huang foi o de Grover. Ele é capaz de acelerar exponencialmente a mineração com um computador quântico suficientemente grande.

Conforme explicou, isso representa uma ameaça mais forte quando se trata do estado das criptomoedas.

Afinal, a capacidade de minerar rapidamente em uma aceleração quântica repentina pode desestabilizar os preços.

“Uma aceleração quântica inesperada poderia, se escondida, levar a uma vasta centralização da mineração e possíveis ataques de 51%. Ainda assim, o caso mais provável é que sistemas maiores de computação quântica sejam tratados como qualquer tipo de hardware, semelhante à transição para mineradores entre GPUs, FGPAs e ASICs — uma transição econômica lenta para ferramentas melhores”, detalhou.

Por fim, ele disse que é concebível que essas e outras vias de ataques possam surgir. Entretanto, o planejamento da criptografia pós-quântica já está em andamento.

Paralelamente, os mecanismos de fork podem ser utilizados para proteger contra essas fraquezas.

“Bitcoin e outras criptomoedas estão repletos de exemplos de mudanças de hardware e software que tiveram que ser feitas para tornar a rede mais segura e com melhor desempenho. E boas práticas de segurança no presente podem ajudar a se preparar para uma situação mais incerta no futuro. Portanto, os computadores quânticos não tornarão repentinamente os modos clássicos de criptografia inúteis ou de mineração triviais. ‘Supremacia quântica’ não significa que sua criptografia ou a segurança do Bitcoin estejam em risco neste momento”, finalizou.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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