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Como funciona uma exchange descentralizada?

Em abril, a Binance anunciou o lançamento de sua exchange descentralizada (plataforma também conhecida pelo termo DEX), conforme relatado aqui no CriptoFácil. Apesar das negociações ainda não estarem liberadas, já é possível que os usuários criem carteiras na plataforma.

Contudo, tendo em vista que a Binance já possui uma exchange, é possível que aqueles ainda novos no ecossistema dos criptoativos se perguntem: o que é uma exchange descentralizada e como ela funciona?

Entendendo exchanges centralizadas

Antes de entender como funciona uma DEX, é preciso visitar o conceito de exchange centralizada. Infelizmente, nem todos os negócios aceitam pagamentos em criptomoedas, sendo necessário ainda movimentarmos moedas fiduciárias para pagarmos algumas contas. Para isso servem as exchanges: trocamos criptomoedas por moedas fiduciárias.

Além desta função, é por meio das exchanges que criptomoedas de projetos diferentes são negociadas. Por exemplo, tenho uma fração de Bitcoin e preciso de uma criptomoeda mais “privada” para conduzir uma transação. Por meio da exchange, eu vendo uma porção de BTC e utilizo o dinheiro para comprar XMR (Monero, uma moeda focada em anonimato), conduzindo meus negócios da forma como quero com a nova moeda adquirida.

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Contudo, apesar de serem fáceis de utilizar, as exchanges contrariam um pouco um dos principais fundamentos do movimento das criptomoedas: a descentralização. Exchanges centralizadas representam pontos únicos de falha que guardam fundos dos usuários e não são incomuns notícias envolvendo ataques a elas com consequentes furtos de fundos – a própria Binance foi recentemente hackeada. Portanto, visando retomar o conceito de trocas peer-to-peer (p2p) trazido pelo Bitcoin, as DEX tomaram forma.

DEX na prática

Entendidas as exchanges centralizadas, é chegada a hora de entender as exchanges descentralizadas. Uma DEX é uma forma de usuários negociarem criptoativos sem confiar a posse de suas moedas a um terceiro. Em vez disso, as negociações ocorrem diretamente entre usuários por meio de um processo automatizado.

Tal processo utiliza um sistema que pode se basear em tokens proxy (criptoativos que representam uma certa moeda fiduciária ou criptomoeda) ou em ativos (que podem representar ações de uma companhia, por exemplo). É possível ainda que a plataforma se lastreie em um sistema descentralizado de custódia com multi-assinaturas, dentre outras soluções.

Diferente das exchanges centralizadas, o usuário deposita seus fundos e recebe uma “nota promissória” que pode ser livremente negociada na plataforma, quando um usuário solicita o saque de seus fundos, estes são convertidos de volta à criptomoeda que a nota representa e é enviada ao seu dono.

Faca de dois gumes

De cara, a DEX apresenta três benefícios claros: o primeiro deles é a possibilidade de negociar seus fundos sem deixá-los com um terceiro. Isso confere uma grande segurança às negociações de criptoativos.

O segundo benefício é o anonimato. Muitas exchanges centralizadas utilizam políticas know your customer, ou KYC, exigindo que seus usuários forneçam dados pessoais para negociarem na plataforma. Ao utilizar uma DEX, não é necessário fornecer documentos, garantindo a privacidade dos usuários.

O terceiro benefício é a inexistência de hacks e interrupção nos serviços. A qualquer momento, de forma segura, um usuário poderá negociar suas criptomoedas sem se preocupar com uma eventual paralisação nos serviços.

Contudo, nem tudo é perfeito. A DEX também apresenta três desvantagens em relação às exchanges centralizadas: a primeira delas é a complexidade de uso, uma vez que o usuário é totalmente responsável pelos procedimentos envolvendo uma negociação. Não há um terceiro facilitando o processo.

A segunda desvantagem é a ausência de ferramentas. Por exemplo, muitas exchanges descentralizadas não possuem stop loss, o que pode causar medo em muitos traders – por ser algo básico em qualquer exchange centralizada e uma importante ferramenta para o trading.

Por fim, a baixa liquidez é outro problema das plataformas de troca descentralizadas. Por não possuírem um público vasto, bem como por não possuírem um “caixa” para bancar os depósitos, as DEXs podem deixar a desejar para aqueles que utilizam exchanges para trading.

De qualquer forma, para aqueles que buscam apenas formas anônimas e seguras de trocarem suas criptomoedas, as exchanges descentralizadas representam uma ótima opção.

Leia também: Binance lança sua exchange descentralizada antes do esperado

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Gino Matos

Tenho 28 anos, sou formado em Direito e acabei fascinado pelas criptomoedas, ramo no qual trabalho há três anos.

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