Colunistas

Como fazer um plano sucessório com Bitcoin?

Como afirma o ditado popular, apenas duas coisas na vida são inevitáveis: a morte e os impostos. Embora alguns impostos possam ser evitados (de maneira legítima, claro), o mesmo não pode ser dito a respeito da morte. 

Eventualmente, vamos morrer. E ainda que muitas pessoas não se sintam confortáveis em falar sobe o assunto, a morte costuma vir de maneira imprevisível. Por isso, é muito importante estar pronto para quando ela chegar e, dessa forma, evitar contratempos para nossos entes queridos. Hoje, vamos falar de plano sucessório. 

O legado após a morte

A questão da herança e da divisão dos bens é algo que pode gerar inúmeras dores de cabeça caso não seja feita da forma adequada. E isso se aplica caso você esteja pensando em deixar bitcoins para seus entes queridos. 

Embora não seja o objetivo deste texto se aprofundar nas questões legais de sucessão, o fato é que o Brasil ainda não possui uma regulamentação a respeito do Bitcoin em termos de herança. Com isso, cabe a você mesmo preparar seus criptoativos e saber as melhores formas de deixá-los para filhos, netos ou para seu/sua cônjuge. 

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Felizmente, existem algumas formas que podem ser úteis para ajudá-lo a fazer seu “testamento bitcoiner” e deixar suas moedas seguras para seus herdeiros. Vamos conhecê-las. 

Carteiras de hardware/paper wallets

Para poder dispor dos seus bitcoins e dá-los como herança, é fundamental que, antes de mais nada, você tenha controle sobre suas moedas. Isso torna a tarefa mais prática e livre da burocracia de ter que recuperar acessos em exchanges. 

As carteiras de hardware ou de papel (paper wallets) são muito úteis para isso. Com elas, a chave privada das suas moedas permanece sob seu controle. Você pode guardar essa chave em um cofre na sua casa e depois cedê-la em testamento – ou mesmo antes de morrer – para seus herdeiros, que poderão resgatar suas moedas sem problemas. 

Outra praticidade é que você pode usar essas carteiras para repartir a herança como bem entender. Você pode criar várias paper wallets e depositar nelas a quantia que desejar, entregando uma a cada herdeiro. Ou então criar “subcarteiras” dentro da sua carteira de hardware e determinar quem terá acesso a qual carteira. 

Criar a função time-lock transaction

A função time-lock transaction (trava de tempo para transações, em tradução livre) funciona mais ou menos como um cofre com abertura programável. Com o uso de contratos inteligentes, existe uma maneira de “travar” um endereço e, por exemplo, fazer com que uma senha tivesse que ser digitada para comprovar que o usuário está vivo.  

Caso a senha não seja digitada em um período de tempo (ex: 6 meses), o time-lock seria ativado e os bitcoins da carteira seriam transferidos para um endereço predeterminado pelo usuário (o endereço do seu filho). Com o nLocktime, você pode fazer a sua sucessão sem precisar preencher papelada nem criar carteiras extras. 

Dividir sua seed

Essa estratégia também é bastante simples: você pode pegar a sua seed – o conjunto de palavras que dá acesso à sua carteira – dividi-la em partes e guardá-las em locais seguros, ou então com pessoas de sua confiança. Em seu testamento, você pode estipular as instruções sobre onde ou com quem estão as palavras, bem como as instruções para que seus herdeiros possam inserir a sua seed na carteira e liberar os fundos. 

Assim, uma seed com 12 ou 24 palavras pode ser dividida em grupos de 3, 4 ou até mais palavras, dificultando o acesso à sua carteira. 

Apesar de ser uma estratégia mais barata e simples, ela tem o inconveniente de que você poderá depender da confiança nas pessoas que escolheu como guardiões da carteira, ou então de ter altos gastos com armazenamento das partes da carteira.

Leia também: Saiba como se proteger de fraudes e golpes envolvendo criptomoedas

Aviso: O texto apresentado nesta coluna não reflete necessariamente a opinião do CriptoFácil

Compartilhar
Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

This website uses cookies.