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Comerciantes venezuelanos chamam Petro de farsa após atrasos e desvalorização

Milhares de varejistas venezuelanos estão enfrentando dificuldades com atrasos na liquidez do Petro do Banco da Venezuela (BDV). Além disso, denunciam que não conseguem repor as mercadorias vendidas por Petros porque seus fornecedores não aceitam a moeda digital venezuelana.

De acordo com o site de notícias local Tal Cual, os comerciantes que conseguiram trocar o Petro pela moeda fiduciária nacional, o Bolívar, alegam que receberam um dinheiro desvalorizado por conta da crise hiperinflacionária no país.

“A inflação não espera manutenção … É impossível para os comerciantes oferecerem biopagamento [sistema de ponto de venda biométrico do BDV] quando você não paga. Não existe um único fornecedor que aceite a Petro”, disse o comerciante Octavio Páez Malavé.

Em 18 de dezembro, quando o presidente venezuelano Nicolás Maduro fez uma doação de meio Petro como bônus de Natal, o ativo estava cotado em 2,8 milhões de bolívares. Quando os comerciantes começaram a denunciar o BDV, em 2 de janeiro, o Petro estava em 2,7 milhões. Já no dia 18 de janeiro, o ativo já estava em 4,3 milhões de bolívares, segundo o Tal Cual.

O dinheiro desvalorizou mais rapidamente nos primeiros dias de janeiro, quando a inflação acelerou como resultado do aumento do preço do dólar no mercado paralelo. Segundo economistas e analistas financeiros, isso foi resultado da entrega do meio Petro a mais de oito milhões de venezuelanos.

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Para a ex-presidente do Consecomercio (Conselho Nacional de Comércio e Serviços), Maria Carolina Uzcategui, o Petro é uma fraude:

“Petro é uma farsa para o comerciante, porque certamente o que ele poderia fazer com esse dinheiro no início do ano não é o mesmo que ele pode fazer agora”, disse ela. 

O deputado Angel Alvarado, membro da Comissão de Finanças da Assembléia Nacional, explicou que o BDV foi forçado a suspender as operações nessa moeda digital porque havia esgotado sua liquidez para trocar os Petros. Alvarado argumentou que a instituição financeira suspendeu o sistema pela incapacidade de continuar liquidando o dinheiro para os milhões de aposentados e funcionários públicos que receberam os meios Petro e para os comerciantes que os receberam.

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Lorena Amaro

Lorena é jornalista e escreve sobre Bitcoin, criptomoedas, blockchain e Web3 há mais de quatro anos, atualmente atuando como editora-chefe do CriptoFácil. É formada em Comunicação Social/Jornalismo pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pós-graduanda em Produção em Jornalismo Digital na PUC-Minas. Lorena é apaixonada por tecnologia, inovação e pela liberdade financeira que as criptomoedas promovem.

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