Categorias Notícias

Coindesk libera relatório sobre o mercado de Bitcoin e Blockchain

A Coindesk liberou hoje um relatório sobre o mercado de Bitcoin e Blockchain para os seus leitores. E o documento, embora curto, trouxe vários pontos bastante significantes.

O documento com 160 slides intitulado State of Blockchain 2018 abrange uma pesquisa trimestral feita pela empresa durante o ano passado. Essa edição traz dados referentes ao quarto trimestre do ano.

Blockchain, investimentos e governo

Dividido em sete partes, o relatório da Coindesk traz informações sobre os blockchains de sete moedas (Bitcoin, Ether, Bitcoin Cash, Litecoin, Ripple, Zcash e Monero). O documento também abarca os principais acontecimentos envolvendo as moedas, como o grande aumento no valor do Bitcoin no final do ano passado, o aumento das taxas e a criação dos contratos futuros pela CME e pela CBOE.

O documento também cita várias informações sobre os valores recordes obtidos através de ICOs, que registraram mais de 3 bilhões de dólares. E também cita uma informação curiosa: os eventos de forks ocorridos em diversas moedas foram os maiores geradores de tokens, gerando 44 bilhões de dólares – mais de 10 vezes o valor arrecadado com a criação de ICOs.

🚀 Buscando a próxima moeda 100x?
Confira nossas sugestões de Pre-Sales para investir agora

Pesquisa de sentimentos

A Coindesk incluiu no relatório uma pesquisa realizada com mais de 3000 pessoas ao redor do mundo, a qual trouxe dados muito interessantes.

Quase metade dos respondentes moram nos Estados Unidos e Canadá (46%), seguido da Europa (36%) e, de longe, pela Ásia (7%). 92% dos respondentes compraram criptomoedas em 2017 e 86% afirmaram possuir 3 ativos ou menos.

Sobre os valores, 27% afirmaram possuir entre 10 e 50 mil dólares de capital em criptoativos. E 12% afirmaram possuir de 100 mil a 500 dólares. 94% reconheceram que olham as cotações pelo menos uma vez por dia.

As principais tendências

Pelo menos cinco tendências foram identificadas dentro do relatório, as quais servem como um norte para como o mercado pode se comportar no longo prazo. Elas são as seguintes:

1) Uma bolha que não funciona como as anteriores

Com um crescimento de mais de 1200% em 2017, a grande discussão daquele ano (a qual ainda persiste) foi se esse crescimento exponencial em um período de tempo tão curto não seria um forte sinal de bolha no mercado.

Segundo uma pesquisa da própria Coindesk, os leitores ficaram divididos sobre esse tema. Cerca de 49% responderam “sim”, 39% dizendo “não” e 11% não deram opinião. Mais profunda do que essa divisão de opinião, nossa pesquisa forneceu um ponto de dados muito necessário em torno de todo o assunto de bolhas especulativas.

Apenas 19% dos entrevistados afirmaram ter entrado em dívidas para comprar criptomoedas, e daqueles que fizeram, mais de metade conseguiram pagaram seus empréstimos. O impacto do uso do crédito para investimento em criptomoedas foi mínimo.

Dessa informação, podemos chegar a uma importante conclusão: se o bitcoin é realmente uma bolha, é o tipo raro que se inflou com pouca alavancagem ou dinheiro de crédito. A negociação de margem nas exchanges (Margin Trade) foi recentemente introduzida, mas é limitada e normalmente é oferecida em uma negociação P2P.

Em suma, o bitcoin chegou aos valores atuais sem a ajuda de Wall Street ou bancos (a menos que se conte o fechamento de contas bancárias para certas indústrias e localidades por instituições financeiras avessas ao risco, o que pode, inadvertidamente, levar esses usuários desembarcados a usar um permissivo sistema).

2) O mercado passou por uma grande diversificação

Em janeiro de 2017, o valor do bitcoin representava mais de 90% do mercado de criptomoedas. O Ethereum também teve um grande crescimento (como veremos mais adiante), mas o volume de negócios ainda era pequeno. Mas quando o contrato inteligente ERC-20, criado para gerar tokens e ICOs, começou a ganhar força no segundo trimestre de 2017, toda a história mudou.

A demanda pelo Ether (usado principalmente para entrada em muitas ICOs) cresceu, assim como a capacidade de financiar e criar novas blockchains e novos tokens. Isso contribuiu para a diminuição do domínio do bitcoin no mercado até o terceiro trimestre, quando o bitcoin inverteu a tendência de baixa e voltou a ver sua dominância crescer.

O momento dessa mudança parece se alinhar com a adoção do SegWit no Bitcoin e o fim da confusão em torno dos forks. Embora o Bitcoin tenha aumentado o seu índice de dominância, ele diminuiu novamente em dezembro, já que o Etherium teve seu melhor mês do ano, impulsionado pelo boom das ICOs.

O mercado também se diversificou com o aumento do uso das criptomoedas pelos mercados institucionais, à medida que centenas de novos fundos se formaram para obter exposição a essa nova classe de ativos.

3) Etherium estabeleceu recordes de transações

Como foi dito mais acima, as ICOs ajudaram a impulsionar a demanda pelo uso do Etherium em 2017, mas elas sozinhas não são as únicas coisas que trouxeram esse aumento.

Um dos grandes responsáveis pelo aumento do uso da blockchain Etherium foi o jogo CryptoKitties. A aplicação que permitia a compra de smart contracts de gatos, embora tenha sido muito criticada por alguns, fez um estrondoso sucesso. A rede Etherium chegou a ficar congestionada apenas por causa dos gatinhos.

Enquanto o Ethereum já havia quebrado recordes de transações no terceiro trimestre, o aplicativo de coleções digitais, juntamente com as atualizações do fork Byzantium, ajudou a rede a registrar quase o dobro do volume alcançado apenas alguns meses antes.

Por mais insano que seja, o CryptoKitties ajudou a mostrar um quadro completo das capacidades atuais do Ethereum.

4) Coreia do Sul começa a preencher o vazio deixado pela China

Desde o início de 2017, a China sinalizou que aquele seria um ano diferente do que foi 2016 para as criptomedas.

Tudo aconteceu em setembro, quando a China proibiu as ICOs, e depois desligou as exchanges de Bitcoin em todo o país.

Qualquer análise dos volumes de comércio e dos mercados antes de 2017 teria levado o leitor a acreditar que a quanto o Bitcoin quanto as demais criptomoedas sofreriam com essa decisão chinesa. Mas mesmo com todos as empresas do gigante asiático encerrando suas atividades  no último dia do terceiro trimestre, o Bitcoin seguiu firme em seu maior rally de alta até o momento.

Em suma, parecia que ninguém se importava com o fato de a China estar fora do mercado. Em vez disso, o episódio abriu uma oportunidade para novos países assumirem a liderança.

Um desses países foi a Coréia do Sul. O país tornou-se um importante centro comercial de criptomoedas nos últimos seis meses de 2017, ocupando grande parte do vazio deixado pela China. O won, moeda sul-coreana, tornou-se uma das moedas de maior volume do setor, com volumes altamente elevados de XRP e ETH.

5) As ICOs cresceram, mas os forks e airdrops cresceram ainda mais

Embora toda a indústria de financiamento de startups tenha sentido o enorme crescimento das ICOs em 2017, o mercado encolhe bastante quando comparado a outros eventos geradores de tokens.

Como foi dito no início desse texto, os forks e airdrops (eventos de distribuição de tokens) cresceram muito mais do que as ICOs em si. Ambos alcançaram uma base de usuários embutida (geralmente bholders de Bitcoin) e foram muito mais significativos para marketcap total do mercado em criptomoedas.

O fork do Bitcoin Cash foi o primeiro a surpreender a indústria pelo interesse que gerou, atraindo a atenção de várias exchanges especialmente quando os usuários exigiram suas unidades de BCH. Outra moeda que se beneficiou disso foi a Stellar, que também ofereceu airdrops de sua moeda nativa (lumens) para detentores de Bitcoin, levando alguns a acreditar que esta será uma estratégia mais amplamente utilizada no futuro.

Leia também: Coingaming Group faz parceria com a Fundação TRON

Leia também: CoinGate anuncia parceria com PrestaShop para levar pagamentos em criptomoedas para mais de 80 mil comerciantes

Leia também: CoinGate e Louis Chevrolet unem forças para combater uma doença rara

Compartilhar
Luciano Rocha

Luciano Rocha é redator, escritor e editor-chefe de newsletter com 7 anos de experiência no setor de criptomoedas. Tem formação em produção de conteúdo pela Rock Content. Desde 2017, Luciano já escreveu mais de 5.000 artigos, tutoriais e newsletter publicações como o CriptoFácil e o Money Crunch.

This website uses cookies.