Economia

Coinbase enfrenta processos de clientes nos EUA e juízes não estão tão favoráveis a empresa

A exchange de criptomoedas Coinbase encontra-se diante de um desafio no sistema judiciário dos Estados Unidos, onde juízes da Suprema Corte parecem divididos quanto à possibilidade de suspender ações judiciais movidas por clientes, incluindo um que processou a empresa após ter seu dinheiro roubado por um golpista.

A Coinbase busca transferir as disputas para a arbitragem privada, em vez de resolvê-las em tribunais.

Os magistrados analisaram os argumentos da Coinbase em um recurso contra decisões de tribunais inferiores que permitiram o prosseguimento de ações coletivas.

A empresa alega que essas reivindicações deveriam ser direcionadas à arbitragem. Empresas geralmente preferem a arbitragem a processos judiciais, visto que o primeiro método é mais barato, rápido e oferece menor risco de indenizações vultosas.

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Durante as discussões, alguns juízes expressaram dúvidas sobre os argumentos da Coinbase, enquanto outros mostraram preocupação com as consequências para os réus que buscam arbitrar reivindicações de clientes.

O chefe de Justiça conservador, John Roberts, questionou o advogado da Coinbase, Neal Katyal, sobre por que a empresa não estava satisfeita com o “enorme benefício” concedido pelo Congresso ao permitir recursos imediatos de uma negação de arbitragem, em vez de aguardar um julgamento final.

A juíza liberal Elena Kagan disse a Katyal que a empresa obteve um benefício valioso. A Coinbase permite que usuários negociem moedas digitais como bitcoin e ether, e argumenta que seu contrato de usuário exige a resolução de disputas por meio de arbitragem.

Coinbase

O juiz conservador Brett Kavanaugh abordou o problema dos réus que resolvem casos para evitar o ônus do litígio e questionou o advogado dos demandantes, Hassan Zavareei.

O juiz conservador Neil Gorsuch também expressou preocupação com a possibilidade de um caso ser ouvido em dois tribunais ao mesmo tempo.

Os casos em questão envolvem um cliente da Califórnia que acusou a Coinbase de violar a Lei de Transferência Eletrônica de Fundos depois que ele perdeu mais de US$ 30.000 em um possível ataque hacker em 2021.

No segundo processo, ex-usuários acusaram a empresa de violar a lei de propaganda enganosa da Califórnia ao induzi-los a pagar para participar de um sorteio em 2021 que oferecia prêmios em Dogecoin.

Em ambos os casos, juízes federais recusaram-se a forçar as reivindicações à arbitragem, conforme argumentado pela Coinbase. Embora a empresa tenha recorrido imediatamente dessas decisões, o Tribunal de Apelações do 9º Circuito dos EUA negou os pedidos para suspender os litígios pendentes.

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Cassio Gusson

Cássio Gusson é jornalista há mais de 20 anos com mais de 10 anos de experiência no mercado de criptomoedas. É formado em jornalismo pela FACCAMP e com pós-graduação em Globalização e Cultura. Ao longo de sua carreira entrevistou grandes personalidades como Adam Back, Bill Clinton, Henrique Meirelles, entre outros. Além de participar de importantes fóruns multilaterais como G20 e FMI. Cássio migrou do poder público para o setor de blockchain e criptomoedas por acreditar no potencial transformador desta tecnologia para moldar o novo futuro da economia digital.

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